Na conferência de imprensa no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Costa, questionado sobre se teve oportunidade de tranquilizar os seus homólogos europeus pela recuperação do material militar que estava desaparecido, respondeu que nunca viu "ninguém intranquilo com esse assunto" entre os seus parceiros europeus.
O chefe de Governo aproveitou então a oportunidade para felicitar o trabalho da PJM e da GNR na recuperação do material.
Questionado sobre as muitas interrogações que ainda rodeiam este incidente, o primeiro-ministro disse que "é natural, porque é objeto de investigação criminal e aí as autoridades judiciárias poderão responder sobre essa matéria", e deu por encerrada a conferência de imprensa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou na quinta-feira a recuperação do material de guerra furtado nos paióis de Tancos e lembrou que a questão está a ser alvo de um inquérito do Ministério Público e da Polícia Judiciária (PJ).
"Confirma-se a recuperação de material de guerra que havia desaparecido de Tancos", refere a PGR.
Segundo adiantou, o caso é "objeto de investigação no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal".
O processo, acrescenta, está a ser dirigido pelo Ministério Público coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da Polícia Judiciária e com colaboração da Polícia Judiciária Militar.
"Este inquérito não tem arguidos constituídos e encontra-se em segredo de justiça", concluiu.
A Polícia Judiciária Militar (PJM) recuperou quase todo o material de guerra furtado nos paióis de Tancos, à exceção das munições de 9 milímetros, disse à Lusa fonte ligada à investigação.
A mesma fonte disse que o trabalho de peritagem para a identificação detalhada do material ainda não está concluído, mas já é possível confirmar que faltam as munições de pistola.
Em comunicado, a PJM anunciou que recuperou esta na madrugada de quinta-feira na região da Chamusca, a 21 quilómetros da base militar de Tancos, o material de guerra furtado, em colaboração com o núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
O material recuperado já se encontra nos Paióis de Santa Margarida, à guarda do exército, onde está a ser realizada a peritagem para a identificação mais detalhada.
Entre o material roubado, divulgou o Exército em junho, encontravam-se granadas de mão ofensivas, munições de calibre de nove milímetros, granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos.