Portugal ocupa a 15ª posição no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, dados que são hoje apresentados na na 23ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
Na verdade, o nosso país ficou classificado em 18º lugar, mas como os três primeiros lugares ficaram vazios, por não haver “nenhum país merecedor do pódio no que respeita à proteção do clima”, a classificação remete efetivamente para um 15º lugar.
De acordo com a Zero – Associação Sistema Terrestre Saudável não é possível fazer uma comparação com o ano passado, quando Portugal ocupou o 8º lugar, pois houve este ano uma “extensa remodelação na formulação do índice”.
No que diz respeito à classificação qualitativa, ao nosso país foi atribuída a classificação ‘alta’, sendo que nenhum país obteve a avaliação ‘mais alta’.
Portugal, comparativamente com a Espanha, está 20 lugares acima no índice e três lugares também acima da União Europeia, como um todo.
Esta classificação foi obtida através do “conjunto mais recente de estatísticas fornecidas pela Agência Internacional de Energia” que remete para 2015, pois é o último conjunto de dados disponível.
A avaliação de Portugal – o que não está bem
Os indicadores mostram que, pese embora o 15º lugar, Portugal ainda está “longe do necessário” para que o aquecimento global seja inferior a 2º celsius.
No que diz respeito às emissões per capita de gases com efeito de estufa, incluindo o uso do solo e a florestação, Portugal “já deveria ter emissões por pessoa um pouco inferiores às verificadas em 2015”. A este propósito, a Zero sublinha que as emissões “precisam de estar bem abaixo se tivermos em conta os compromissos assumidos pelo país no contexto europeu para 2030”.
Quanto à eletricidade renovável, apesar de Portugal “ter um excelente desempenho” na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis, a verdade é que quando se faz a comparação relativamente ao total de energia primária consumida, a “percentagem das renováveis cai e é ainda reduzida”, o que mais uma vez coloca o nosso país longe do objetivo de controlo do aquecimento global.
A avaliação de Portugal – o que está melhor
Mas nem tudo são aspetos negativos. O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas revela também que o consumo de energia per capita “está em linha” com o que é exigido para assegurar um aumento da temperatura inferior a 2%.
O facto de Portugal ter demonstrado “maior ambição” à escala europeia para cumprir as metas no que respeita à eficiência energética, mereceu uma “avaliação muito favorável dos peritos, que posicionaram o país em 4º lugar”.