O fundador do movimento CHEGA, que está em fase de recolha de assinaturas para passar a ser formalmente um partido, diz não ter “nada a opor” ao pagamento das indemnizações anunciadas às famílias das cinco pessoas que perderam a vida em Borba, aquando da derrocada da estrada, em novembro deste ano.
No entanto, ressalva André Ventura em declarações ao Notícias ao Minuto, estas indemnizações não passam de “verdadeiras compensações-fantasma”.
“Onde já se viu avançar com a notícia destes pagamentos sem definir os critérios das mesmas: quem vai poder receber? E de quê especificamente vão as pessoas ser compensadas?”, questiona em forma de crítica o professor universitário para quem o “pior” é que “nem sequer são definidas as datas ou o calendário em que as indemnizações serão pagas e deixa-se tudo para critério da senhora Provedora da Justiça, como que a sacudir a água do capote”.
André Ventura descreve a atitude do Governo como sendo “vergonhosa”, “arriscando dizer que muitas indemnizações serão pagas na mesma data em que foram aquelas de Pedrógão Grande para reconstrução de casas… nunca”.
O jurista e comentador televisivo lamenta ainda que “tudo isto pareça indiciar que as indemnizações de Borba serão como as obras na ala pediátrica do Hospital São João: são para um dia que nunca parece chegar”, considerando como “grave” a “total desresponsabilização assumida pelo Governo” no acidente de 19 de novembro, “ao contrário do que parece indicar o relatório preliminar quando se refere à fiscalização da atividade das pedreiras”.
Esta reação de André Ventura surge na sequência da aprovação, na última quinta-feira, durante uma reunião de Conselho de Ministros extraordinário, do pagamento de indemnizações pela morte de cinco pessoas na derrocada parcial da antiga estrada nacional 255, em Borba, ocorrida a 19 de novembro, e que provocou a morte a dois operários e a três civis.