O cabeça de lista do PS às eleições Europeias desvaloriza as acusações feitas ao Governo de António Costa no que toca aos múltiplos casos de ligações familiares no Executivo.
Em entrevista ao Notícias ao Minuto - que poder ler integralmente aqui - Pedro Marques considera que as acusações de “promiscuidades familiares” que, nas palavras de Paulo Rangel, constituem um “gravíssimo atentado ao princípio republicano”, resultam apenas da falta de agenda dos seus adversários políticos.
“Tem havido acusações cruzadas nos últimos dias entre os vários partidos sobre essa matéria. Eu associaria esse tipo de acusações à falta de agenda da oposição, em particular do PSD, embora não seja só deles”, sublinhou o socialista, aludindo ao pedido de reflexão feito por Catarina Martins.
Contudo, nota, “o PSD agarrou esse tema e tenta acalentá-lo porque não tem nada a dizer sobre os resultados económicos e sociais do país”. “Quando vamos ter eleições e não há nada para dizer sobre os resultados do país, a oposição entretém-se com este tipo de temas, com cortinas de fumo para tentar pôr em causa os resultados do Governo, a governação e o carácter republicano da governação. É uma estratégia de campanha”, acrescenta, considerando que esse é um tema que está “muito longe” de ser central da política.
Pedro Marques afirma conhecer muitas das pessoas que “foram objeto de acusações” e, garante, “são competentes no trabalho que fazem”. Por outro lado, observa que “foram muitas mulheres que acabaram por ser acusadas de estar nos lugares por causa das relações familiares”. E acusa: “Há uma certa misoginia nesse tipo de ataques”. “Isso entristece-me”, confessa. Todavia, “não é tema que queira valorizar porque isso faz mal à democracia”. “É tática eleitoral”, resume, por fim.
Recorde-se que esta terça-feira, Rui Rio voltou a ser crítico pedindo uma sanção política à “avalanche” de relações familiares no seio do Governo. Por sua vez, Cristas disse que o organigrama do Governo "parece uma árvore genealógica".
Instado pelos jornalistas a comentar as críticas que têm sido levantadas às relações familiares no seio do Governo, o Presidente da República afirmou que "a família de Presidente não é Presidente".
Recorde-se que no centro da polémica estão as ligações familiares, por exemplo, entre o ministro Vieira da Silva e a sua filha, Mariana Vieira da Silva, promovida a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa; e entre Pedro Nuno Santos, recém nomeado ministro das Infraestruras e Habitação, e Catarina Gamboa com quem é casado, que, por sua vez, foi nomeada chefe de gabinete de Duarte Cordeiro, que subiu a secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares na última remodelação governamental.
Entretanto, foram sendo noticiados outros casos, como o da mulher do próprio Duarte Cordeiro, Susana Ramos, que também foi nomeada pelo Governo.