Estatutos 'impõem' Congresso do CDS em dezembro ou janeiro

O CDS já tem um candidato assumido à liderança e mais dois em reflexão, após a demissão de Assunção Cristas, mas o congresso centrista só deverá realizar-se em dezembro ou em janeiro de 2020, devido a questões estatutárias.

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Lusa
11/10/2019 14:09 ‧ 11/10/2019 por Lusa

Política

CDS

Os estatutos do partido, no seu artigo 53.º, estabelecem que em caso de eleições antecipadas por um período superior a um mês, o que é o caso, elas não podem ser marcadas com "uma antecedência inferior a 45 dias", ou seja, um mês e meio de antecedência.

Este prazo de um mês e meio, a partir da data do conselho nacional, pode já coincidir com o mês de dezembro, o que leva dirigentes do partido, ouvidos pela Lusa, a admitir que o congresso se realize em meados de dezembro ou nos primeiros dias de janeiro, para evitar a época de natal e do ano novo.

A comissão executiva, ainda sob a liderança de Cristas, reuniu-se na quinta-feira e marcou a data do conselho nacional para 17 de outubro, que vai agendar o congresso do partido, ainda sem data prevista.

Logo na noite das legislativas de domingo, dia em que o CDS se viu reduzido a 4,25% e a bancada passou de 18 a cinco deputados, Cristas assumiu a derrota e anunciou a saída da liderança.

Este foi o pior resultado eleitoral do CDS desde 1991, quando obteve 4,4% e cinco deputados, era Diogo Freitas do Amaral presidente do partido, mais um do que nas eleições de 1987, em que teve quatro deputados e ficou conhecido pelo "partido do táxi".

Nem uma hora depois, Abel Matos Santos, da Tendência em Movimento (TEM), anunciou que era candidato, e nas 24 horas seguintes foram mais dois dirigentes a dizer que estão "em reflexão".

Primeiro, Filipe Lobo d´Ávila, do "Juntos pelo Futuro" do CDS, no domingo à noite, no Facebook, afirmou-se em "estado de choque" com o resultado e no dia seguinte, na segunda-feira, assumiu estar em reflexão e não exclui qualquer cenário, incluindo uma candidatura à liderança.

Depois, também no Facebook, mas horas mais tarde, na madrugada de segunda-feira, João Almeida, deputado, ex-líder da JP e porta-voz do partido durante a liderança de Cristas, admitiu que o CDS teve uma "derrota estrondosa" e, horas depois, admitiu também o cenário de concorrer à liderança no congresso.

Sem dizer se é candidato a candidato, Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da JP, também usou uma rede social, de novo o Facebook, para reconhecer que o partido sofreu uma "pesada derrota" nas legislativas de domingo e apontou como solução de futuro a "grande casa das direitas".

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