Depois de um encontro na Câmara Municipal de Boticas, o governante seguiu para uma visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, distrito de Vila Real, onde foi recebido por um protesto de dezenas de populares que, empunhando cartazes, gritavam "Não à Mina, Sim à Vida", ou "O Povo é quem manda, não és tu Galamba".
No local, onde estavam dezenas de populares a protestar, Nélson Gomes, da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, contou aos jornalistas querer mostrar ao governante a "indignação e revolta" da população.
"Queremos respeito pelo nosso território. Queremos que o senhor Galamba saiba que aqui também há gente, embora pouca, mas há", lembrou.
Dizendo estar "disposto a tudo", o dirigente referiu que o que está em causa com a exploração do lítio é a "vida das pessoas" e, por esse motivo, pediu mais respeito por elas e pelas suas terras.
Nélson Gomes questionou ainda onde "anda o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que visita tudo e todos", menos as Covas do Barroso. "Onde é que ele [Marcelo Rebelo de Sousa] anda? Sentimos falta de explicações dele e do primeiro-ministro", vincou.
Com um cartaz onde se lia "Para cá do Marão, mandam os que cá estão", Albina Reis assumiu não querer que "gente de Lisboa" venha para o interior destruir o património da região.
"Nunca fomos ouvidos, ninguém nos perguntou se queríamos a mina, começaram a procurar e já estávamos com as terras todas viradas", contou.
Também Elisabete Pires, elevando a voz, relatou que a mina é muito próxima das casas, daí temerem os riscos que podem advir.
Criticando o secretário de Estado por não ter "dado a cara", a moradora lembrou que eles negoceiam e o povo fica "com o lixo".
Solidário com a luta, Armando Pinto, da Associação Montalegre com Vida, assumiu sentir-se "lesado" pelo facto de a população nunca ter sido ouvido em todo este protesto.
"A região é património agrícola mundial, reserva de biosfera e rede natura 2000 e querem destruir tudo isto", interrogou.
Após a visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, Galamba dirigiu-se para o seu veículo, que foi cercado pelos manifestantes, antes de o governante abandonar o local.