Um dos temas analisados esta semana por Francisco Louçã, no seu espaço de comentário, na SIC Notícias, foi a Cimeira do Clima, que acontece até dia 13 de dezembro, em Madrid e a luta pela neutralidade carbónica por parte da jovem ativista Greta Thunberg, de 16 anos.
Questionado sobre o impacto que a pressão desta adolescente pode ter nas medidas políticas adotadas pelos países, o fundador do Bloco de Esquerda disse que “não é suficiente, mas é um ponto de partida”.
“Toda a sociedade de comunicação olha para a causa, para frases, para ícones e para representações, e a Greta Thunberg é uma representação verdadeira porque é genuína e isso, apesar de todas as vagas de insulto que têm caído sobre ela, é tão forte nela que é absolutamente comunicante”, disse, relembrando que a Marcha pelo Clima, que hoje contou com a presença da jovem, foi “cinco vezes maior do que se estava à espera”.
“Os números oficiais parecem andar à volta das 500 mil pessoas. É uma grande manifestação. Há um sentimento muito profundo na sociedade, em setores que não tinham participação política, tinham pouca ou nenhuma participação partidária, mas que sentem que há um problema grave”, explicou.
E, referiu Louçã, “não é um problema do excesso de Greta Thunberg, o alarme vem também das Nações Unidas”. “Os números da conferência das Nações Unidas confirmam isto por inteiro, porque os números oficiais apresentados pelas agências das Nações Unidas são que, a cumprir-se o Acordo de Paris, que era uma boa promessa e que está longe de ser cumprido porque os EUA saíram (e são um grande poluente), nós estaríamos a baixar de 55 giga toneladas de emissão para 54. Já não conseguimos corrigir [o que era esperado].”, sublinha, acrescentando que “o alarme é razoável”.
Francisco Louçã recordou ainda que António Guterres “apareceu perante esta cimeira como o homem mais preocupado que se pode encontrar”, porque “estamos a falhar” e, como tal, temos de ter “essa perceção” para corrigir isso. “Talvez por isso esse debate seja assim tão importante”, concluiu.