Pedro Santana Lopes considerou "inaceitável" e "revoltante" o atraso do INEM que poderá ter custado a vida ao reconhecido psicanalista Carlos Amaral Dias.
Através das redes sociais, o ex-dirigente social-democrata começou por fazer referência à filha do antigo responsável pelo Instituto Miguel Torga, Joana Amaral Dias, que esteve na SIC Notícias, este domingo, a falar do "trágico" dia em que o seu pai morreu.
"Inaceitável é revoltante", reagiu Santana Lopes às palavras da ex-dirigente do Bloco de Esquerda.
O presidente do Aliança revelou ainda que presenciou uma situação semelhante com o INEM com o seu próprio pai.
"O meu Pai morreu há sete anos, depois de uma situação em que esperou hora e meia por uma ambulância, depois de cair em Tróia", contou.
O antigo primeiro-ministro confessou que a morte de Carlos Amaral Dias lhe "custa muito" e considerou uma situação "ainda mais incompreensível" do que a que aconteceu com o seu pai, denotando que o psicanalista "morava no centro de Lisboa, perto do Hospital São José" e o INEM "demorou duas horas a chegar" ao seu socorro.
"Que Portugal é este? Inquérito? Pois sim", concluiu.
Carlos Amaral Dias, de 73, morreu na passada terça-feira, dia 3 de dezembro, depois de se ter sentido mal na sua residência, no Marquês de Pombal, em Lisboa. Devido a uma espera de cerca de duas horas, entre o pedido de socorro e a chegada de uma ambulância, o próprio INEM abriu um inquérito interno.
O velório e funeral do psicanalista acabaram por ser adiados após a família de Carlos Amaral Dias ter pedido a realização de uma autópsia. O velório vai realizar-se hoje, dia 9 de dezembro, pelas 18 horas na Basílica da Estrela, em Lisboa, e o funeral está previsto amanhã, pelas 14h30, na Igreja de São José, em Coimbra.