"Não há qualquer divergência entre mim e o MEF [ministro de Estado e das Finanças] Mário Centeno", escreveu António Costa na sua conta oficial na rede social Twitter.
"Ontem, Mário Centeno, como lhe compete, apresentou a proposta do Eurogrupo e eu, como me compete, expressei a já conhecida posição nacional. Os trabalhos prosseguirão para termos o orçamento que a zona euro precisa", escreveu também o primeiro-ministro.
O chefe do Governo argumenta que "a criação de um orçamento da zona euro é essencial e tem mobilizado ativamente" o seu executivo.
"Foi dado um passo importante em outubro com a aprovação de uma proposta no Eurogrupo, que pode e deve ser agora melhorada no CE [Conselho Europeu]", assinalou.
Na sexta-feira, em Bruxelas, o primeiro-ministro tinha admitido divergências com Centeno, que é também presidente do Eurogrupo, sobre o orçamento da zona euro, devido à "fórmula mal desenhada" deste instrumento, mas afastou "constrangimentos".
"Não há nenhum constrangimento entre o primeiro-ministro de Portugal e o presidente do Eurogrupo, visto que ao primeiro-ministro de Portugal compete representar os portugueses e os seus interesses e ao presidente do Eurogrupo compete representar a vontade geral do Eurogrupo", declarou António Costa, falando aos jornalistas no final de uma cimeira do euro, em Bruxelas, na qual foi discutido o instrumento orçamental para a convergência e competitividade da zona euro (BICC, na sigla inglesa).
Negando mal-estar com Centeno, Costa realçou que "não é a primeira vez que entre Portugal e o Eurogrupo não existe uma posição conjunta".
Hoje, o jornal Expresso noticia que o assunto motivou uma discussão entre Costa e Centeno no Conselho Europeu.