Na habitual mensagem de Ano Novo, Presidente da República pediu uma oposição forte. Rui Rio estava atento às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa e fez uma "leitura próxima do que tem sido o discurso que o PSD tem feito".
Por um lado, frisou o líder do PSD em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado "apontou alguns defeitos à governação do PS, nomeadamente a degradação dos serviços públicos ao nível da saúde e da segurança. Pediu ainda que a oposição seja forte e estamos aqui para ser fortes, não é para sermos fracos".
Recordou Rio que Marcelo deu a entender que "os partidos deveriam procurar entendimento sempre que isso fosse do interesse nacional. Isso bate com o que ando a dizer desde que sou presidente do PSD. O interesse nacional tem de estar à frente do interesse dos partidos".
Já quanto à posição do PSD relativa ao Orçamento do Estado, indicou o antigo autarca da Invicta que será oficializada depois das "pequenas jornadas parlamentares" do PSD agendadas para a próxima terça-feira (dia 7), na Assembleia da República.
Rui Rio irá encerrar os trabalhos no final do dia e considerou esta quinta-feira que "esse é o momento ideal para o PSD fazer a sua análise aprofundada e dizer oficialmente aquilo que vai ser a sua posição de voto na generalidade no fim da próxima semana", disse em Macedo de Cavaleiros, à margem de uma reunião com militantes do PSD do distrito de Bragança, no âmbito da recandidatura à liderança do partido.
O líder social-democrata garantiu ainda aos jornalistas que já estudou a proposta do Governo do Orçamento do Estado naquilo que lhe "é possível estudar, um pouco do ponto de vista técnico, bastante do ponto de vista político" e ressalvou que no debate da especialidade, que se seguirá à votação na generalidade, é que estarão disponíveis "todos os pequenos pormenores no âmbito do articulado da Proposta de Lei" para um debate mais aprofundado.
Foi conhecida esta quinta-feira a moção de Rui Rio à presidência do PSD, onde defende que o partido estará "a partir de 2021 em condições reforçadas para governar Portugal", sobretudo se escolher "uma liderança responsável e mobilizadora", num texto omisso sobre eleições presidenciais.
Quanto a esta omissão, esclareceu Rio que "não são os partidos que indicam candidatos", são "os candidatos que se propõem e depois os partidos apoiam ou não". O que está em "cima da mesa", acrescentou, "é a recandidatura ou não de Marcelo Rebelo de Sousa", que "pediu para se respeitar o que ele vai dizer num momento próprio. Eu vou respeitar isso".
Aproveitou o líder partidário para enfatizar que esta moção pretende transmitir uma mensagem relativa às "prioridades do PSD para os próximos anos", e ainda quanto à abertura do partido à sociedade e quanto à oposição do partido ao Governo, que deve ser "construtiva".