PCP ataca medidas do Governo pelo "lay off" e quebra de rendimentos

O PCP reagiu com críticas duras às medidas anunciadas pelo Governo para minorar os efeitos económicos da pandemia de covid-19 por facilitarem o "lay off" nas empresas e imporem "uma redução dos rendimentos dos trabalhadores" 

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Lusa
26/03/2020 18:20 ‧ 26/03/2020 por Lusa

Política

Covid-19

Vasco Cardoso, membro da comissão política do PCP, afirmou, em conferência de imprensa, que grande parte das medidas saídas do Conselho de Ministros de hoje, "mais do que insuficientes, são erradas".

Porque, argumentou, "não correspondem à defesa do emprego e dos direitos dos trabalhadores", "facilitam a generalização do 'lay off'", regime em que os salários são reduzidos "para 2/3 do vencimento atual" e "sobrecarrega a Segurança Social em mais de mil milhões de euros por mês".

Pelo contrário, Vasco Cardoso defendeu que deveriam ser "suspensos todos os despedimentos neste período", enquanto dura o surto epidémico, e ser criado um fundo para assegurar as "necessárias contrapartidas" para os salários.

O Governo tem uma opção contrária, "impõe uma redução dos rendimentos aos trabalhadores quando o país precisa é de assegurar o emprego, rendimentos, o ponto de partido para evitar a degradação social e a recuperação económica", disse Vasco Cardoso, numa conferência de imprensa, a partir da sede do PCP, em Lisboa, via Skype, sobre a situação na TAP.

A única medida a merecer um elogio dos comunistas foi o diferimento, em seis meses, do pagamento dos empréstimos (crédito à habitação e de empresas), uma proposta idêntica à que o partido já fez no parlamento.

"É uma medida positiva e que corresponde aos interesses das populações e das empresas", afirmou ainda. 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).

O país encontra-se em estado de emergência até às 23:59 de 02 de abril devido à pandemia.

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