Marta Temido afirmou este sábado, em entrevista à SIC, que a celebração da CGTP no 1.º de Maio na Alameda - que tem gerado muitas críticas - “estava em linha com aquilo que foi a excecionalidade prevista no decreto presidencial que se referia ao estado de emergência e que contemplava uma exceção para a celebração do Dia do Trabalhador, e que referia que deviam ser respeitadas regras de distanciamento e regras sanitárias indicadas pela DGS”.
"Quem estabeleceu os limites em que a celebração foi efetuada foi a estrutura sindical", lembrou a responsável pela pasta da Saúde, sinalizando que outras estruturas sindicais, como foi o caso da UGT, optaram por outras formas de celebração.
"Aquilo que o decreto presidencial referia era a possibilidade de, mesmo em estado de emergência, haver o assinalar do dia", reforçou.
Desvalorizando a polémica, Marta Temido disse que “foi um número significativo de pessoas [à celebração], superior àquilo que é um número-regra, mas um número enquadrado dentro daquilo que era a sinalização de uma data".
"Sei que há quem gostasse que tivesse sido de outra maneira (...) e, provavelmente, há muitas opiniões contraditórias. O que me parece relevante é que a forma como foi possível assinalar o dia foi ordeira, foi pacífica e o que gostaria de sinalizar foi que não tivemos eventos e distúrbios como tivemos noutros países europeus", defendeu ainda.
Questionada sobre se não teria sido possível fazer a concentração apenas com pessoas residentes no concelho de Lisboa, Marta Temido respondeu: "Isso é algo que tem de perguntar à CGTP".
"O Ministério da Saúde, as autoridades de saúde, o que têm de definir são regras para determinadas iniciativas nos termos em que, desde democráticos, as aprovem. O senhor Presidente da República, o Governo, a Assembleia da República entenderam que o Dia do Trabalhador devia ser sinalizado. Houve uma estrutura que entendeu ter pessoas na rua, dentro de determinadas regras sanitárias. Pode-se concordar mais, pode-se concordar menos, achar que deveria ter sido feito de outra maneira...", fundamentou.
De recordar que a manifestação da CGTP na Alameda, em Lisboa, tem sido alvo de críticas por parte dos partidos da oposição.
O líder social-democrata disse ser uma "pouca vergonha", acusando a Geringonça de gozar de um "estatuto especial". "Milhares de pessoas da CGTP e do PCP na rua a festejarem o 1º de Maio em pleno Estado de Emergência é inaceitável, mas trazê-las de camioneta, quando hoje é proibido circular entre concelhos, é uma pouca vergonha. Para o Governo, a geringonça goza de estatuto especial. Assim não!", escreveu no Twitter.
No mesmo sentido, o presidente do CDS considerou que "quem manda perdeu o respeito" daqueles que obedecem e sublinhou que "calamidade é mesmo o estado" do país.