Rui Rio criticou mais uma vez as celebrações do 1.º de Maio organizadas pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e confrontado pelos jornalistas sobre as celebrações de 13 de Maio - após sido reiterado que, este ano, não haverá a habitual participação dos peregrinos no Santuário de Fátima -, o presidente do PSD afirmou que "a igreja católica tem mais juízo que a CGTP".
"Estão a organizar [as celebrações] de uma forma equilibrada e sensata face às circunstâncias que vivemos", acrescentou numa conferência de imprensa realizada, esta tarde, na sede do partido no Porto, a propósito de uma reunião entre o dirigente, representantes da união das misericórdias, na qual também participou o provedor da Santa Casa do Porto, Manuel Lemos.
Sobre as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, - que numa entrevista à SIC Notícias, afirmou que as celebrações do 13 de Maio, em Fátima, eram "uma possibilidade", desde que fossem uma opção dos organizadores e cumpridas as regras sanitárias - Rui Rio considerou que a governante não poderia ter apresentado outra solução depois da manifestação do 1.º de Maio.
"[A ministra] estava a abrir uma porta às celebrações porque, face às respostas que estava a dar pelo 1.º de Maio, que respostas haveria de dar senão aquela relativamemte ao 13 de Maio", atirou acrescentando que, ainda assim, a igreja católica demonstrou "ser sensata".
Ainda sobre as comemorações do 1.º de Maio, o dirigente social-democrata argumentou que, para além do aglomerado de pessoas que se verificou na Alameda em Lisboa, "é absolutamente escandaloso as camionetes que vieram doutros concelhos".
Para Rui Rio, a ação foi "inadmissível" e, na sua opinião, "o partido comunista, a CGTP e em parte o Governo (...) acabaram por prestar um péssimo serviço ao Dia do Trabalhador". Acho que, por exemplo, a UGT prestou muito melhor serviço ao país no 1.º de Maio pela forma como o fez", concluiu.
Recorde-se que, em 6 de abril, o Santuário de Fátima já tinha anunciado que a Peregrinação Internacional Aniversária de maio seria este ano celebrada sem a presença física de peregrinos, devido à Covid-19, mas que se manteriam as principais celebrações. Após as declarações de Marta Temido, o Santuário de Fátima ter ficado surpreso e, posteriormente, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, reiterou que o 13 de Maio será celebrado "sem a habitual participação dos peregrinos", como já tinha sido decidido.
Marcelo Rebelo de Sousa também já reagiu à polémica. Para o Presidente da República, as "cerimónias que a Igreja escolheu" para assinalar o 13 de Maio "são as que o bom senso e as medidas sanitárias aconselham" a propósito da Covid-19. Já sobre o 1.º de Maio, declarou: "a minha ideia era mais simbólica e mais restritiva. Não era desta dimensão e deste número".