Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo do PEV José Luís Ferreira no final de uma reunião com o primeiro-ministro, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, antes de o Governo tomar decisões sobre a segunda fase de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de covid-19.
"Consideramos que é muito grave a falha de articulação que houve entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro", declarou o deputado do PEV, acrescentando: "Registamos com alguma preocupação este abalo - eu não diria que foi uma crise - que pode fragilizar a credibilidade do Governo, mas que creio que está ultrapassada".
José Luís Ferreira realçou, contudo, que "a nomeação dos membros do Governo é da exclusiva competência do senhor primeiro-ministro" e que para o PEV "mais importante que as pessoas são as políticas praticadas".
"O que é mais grave da nossa perspetiva é que com esta transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco o Governo acabou por violar um compromisso que publicamente tinha assumido com os portugueses", afirmou, referindo-se às declarações do primeiro-ministro no parlamento em que remeteu nova injeção de capital para depois de conhecidos os resultados da auditoria em curso.
Sobre a próxima etapa de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de covid-19, a deputada do PEV Mariana Silva disse que nesta reunião com o primeiro-ministro o seu partido alertou para perigos das praias não vigiadas e "de outros locais que os portugueses possam vir a procurar como barragens e rios e que possam não estar habituados a frequentar".
Além disso, o PEV defendeu "mais investimento em transporte público" e "que todos os municípios tenham a possibilidade de oferecer aos alunos que necessitem de transporte escolar adequado e em segurança", e ainda que face ao impacto da atual crise nos rendimentos das famílias "os apoios sociais sejam também adequados".