"Não está ainda adquirido que os alunos que queiram fazer melhoria de nota em exame final o possam fazer, e as razões que têm sido dadas em nosso entender não são suficientemente boas", declarou Cotrim Figueiredo aos jornalistas, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.
Para a Iniciativa Liberal, se há "uns poucos milhares de alunos que querem fazer melhoria de nota tendo-se preparado todo o ano letivo para o fazer, devem poder fazê-lo, porque é um direito que lhes assiste".
De acordo com Cotrim Figueiredo, o Governo alegou que "isso poderia de alguma forma limitar o número de dias de férias" dos professores que teriam de corrigir esses exames, argumento que rejeitou.
"Não colhe. Se houver um conflito entre os direitos dos professores e os direitos dos alunos, nós estaremos sempre, sempre do lado dos alunos. E também sempre, sempre do lado do bom senso das medidas", afirmou.
Questionado sobre a atualidade política nacional, Cotrim Figueiredo recomendou "distanciamento político entre órgãos de soberania" nestes tempos de "distanciamento social", mas frisou que o seu partido recusa alimentar "este tipo de Triângulo das Bermudas entre Belém, São Bento e Terreiro do Paço que faz com que todas as outras notícias e assuntos sejam engolidos".
"Connosco não contam, não vamos dar para esse peditório. Os assuntos essenciais que temos a tratar são as liberdades individuais que continuam limitadas. E nós temos de ter muita vigilância porque, desta vez, em estado de calamidade, nem sequer passa pela Assembleia da República o tipo de limitações que fazemos a essas liberdades", disse, acrescentando que outra a prioridade da Iniciativa Liberal é a retoma económica.
Em vésperas de o Governo tomar decisões sobre a segunda fase de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de covid-19, o deputado único da Iniciativa Liberal referiu que "a perspetiva de haver regras claras em relação à utilização das praias" foi o tema que abordou mais demoradamente na reunião de hoje com o primeiro-ministro.
"A utilização das praias recordo que não é só uma atividade lúdica, faz parte de uma espécie de cultura nacional que é muito importante para manter o ânimo das pessoas. A retoma económica depende também do ânimo que as pessoas tiverem para voltar à atividade, terem confiança nas orientações que são dadas e voltarem a ter responsabilidade que vença o medo que natural e prudentemente devem ter", sustentou.