"A resposta não só foi inexistente pela insignificância dos montantes de programas [de apoio] anunciados mas também porque não se dirigiram a responder à crise, mas sim a contratualizar projetos futuros", mas o problema é que a cultura "está parada agora, sem nenhum rendimento", afirmou a coordenadora do partido aos jornalistas.
Catarina Martins falava após uma visita à livraria Barata, em Lisboa, que apontou como exemplo da crise no setor da cultura, o que levou o Bloco a apresentar um projeto de resolução no parlamento para apoiar as editoras independentes e apoios temporários às livrarias independentes para pagarem a renda.
"Eram precisos projetos com montantes e impacto para o agora, para que não se perdesse a capacidade no setor cultural em Portugal", mas para o Bloco "ainda não houve nenhuma ideia por parte do Governo até agora".
Quanto à ministra, Graça Fonseca, a coordenadora do Bloco afirmou que "ainda não assumiu as suas funções neste período de crise", quando "98 por cento dos profissionais tiveram espetáculos cancelados e há 85% de precários sem ter acesso sequer aos apoios da segurança social, como subsídio de desemprego".
"Ainda não a vimos", considerou, escusando-se a comentar se terá condições para continuar no Governo, mas assinalando que do seu ministério não apareceram ainda "projetos de emergência, à semelhança do que foi feito noutros países para manter o tecido profissional cultural a funcionar".
Quanto às livrarias, "a crise agudizou-se", considerou. Se já estavam mal, "ficaram ainda com mais dificuldades".
Os 400 mil euros que o Governo comprometeu para comprar livros a editoras e livreiros é insuficiente, considera o Bloco, que no projeto de resolução que será discutido na terça-feira na Comissão Parlamentar de Cultura e Comunicação propõe um "programa de emergência de um milhão de euros" no apoio às pequenas editoras".
No projeto defende-se que o Governo comparticipe "com 90% dos custos de produção" num máximo de três livros por editora com candidaturas entregues em 2020.
Defende-se ainda que o executivo comparticipe em 90% as redas pagas por livrarias independentes, com efeitos retroativos até ao início da pandemia e até ao final de 2020.