O PS votou contra e as restantes bancadas e deputados (PSD, BE, PCP, CDS-PP, PAN, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não-inscrita Joacine Katar-Moreira) votaram a favor.
O grupo parlamentar comunista, numa nota à imprensa, destacou a importância da proposta "para as MPME, tendo em conta que as medidas adotadas pelo Governo são limitadas e insuficientes e no essencial dirigidas a preservar as grandes e algumas médias empresas".
O projeto, segundo o PCP, "estabelece medidas fiscais de apoio às MPME e cooperativas, suspendendo o pagamento por conta de IRC" e antecipa "o pagamento pelo Estado aos contribuintes da devolução de pagamentos especiais por conta não utilizados, bem como de reembolsos no IVA, IRC e IRS, no prazo máximo de 15 dias".
Para os comunistas, a MPME "são um parceiro essencial para responder à recuperação da atividade económica nacional" e o "país precisa dos trabalhadores e da sua força produtiva, grande parte dela parada neste momento, para vencer a atual situação da crise".
Na sessão de hoje, foi também aprovado um diploma do grupo parlamentar comunista, com a abstenção do PS, PSD, CDS e IL, que cria um regime de apoio à atividade dos feirantes.
Já os dois projetos do Bloco de Esquerda, com medidas de apoio às empresas itinerantes de diversão e restauração e um regime especial de incentivo à atividade desenvolvida pelas feiras e mercados, foram também aprovados.
Com a aprovação na generalidade, os diplomas ainda não são leis, dado que é necessário serem discutidos e votados na especialidade na comissão, no caso a de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
Só depois disso, e de uma votação final global, é que os diplomas podem tornar-se lei, se promulgados pelo Presidente da República.
Todos os restantes projetos foram chumbados, do CDS, sobre pagamento por conta e pagamentos especiais em sede do IRC e IRS, em 2020, e outro do Iniciativa Liberal sobre o pagamento por conta do IRC e também vários do PCP e PAN acerca da suspensão de contratos de serviços essenciais pelas MPME.
O projeto do PCP aprovado na generalidade prevê a suspensão do Pagamento por Conta (PPC) no IRC "até ao final do ano em que perdurarem as medidas excecionais e temporárias de resposta à epidemia para MPME e cooperativas".
Outra das propostas é a "dedução antecipada de Pagamentos Especiais por Conta (PEC) não utilizados, entre 2015 e 2019, para micro, pequenas e médias empresas", que agora será discutida na comissão parlamentar de Economia.
No debate dos projetos, na quinta-feira à tarde, o PS deu abertura à aprovação, na generalidade, de projetos de lei do PCP e do BE de apoio especial aos feirantes e empresas itinerantes devido à pandemia de covid-19.
Foi o único sinal claro dado pela bancada socialista, por parte do deputado Hugo Carvalho, no debate de 12 diplomas, do PCP, CDS, PAN, BE e Iniciativa Liberal (IL) de apoio, sob diversas formas, às micro, pequenas e médias empresas.
Menos clara foi a posição socialista quanto às propostas dos partidos relativamente ao pagamento especial por conta, prevista em diplomas do PCP, CDS-PP e IL, mas aí, no momento da votação, a oposição, da direita à esquerda, uniu-se e aprovou o diploma dos comunistas, com o PAN a optar pela abstenção.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.465 pessoas das 33.969 confirmadas como infetadas, e há 20.526 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.