Costa critica que UE não tenha em conta testes por milhão de habitante
O primeiro-ministro, António Costa, opôs-se hoje ao facto de a União Europeia adotar como critério o número de casos de covid-19 em função da população sem ter em conta os testes feitos por milhão de habitante.
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Política Covid-19
"Portugal têm-se distinguido positivamente por isso, por ser um país com total transparência relativamente aos dados. Não há esquecimentos nos registos de óbitos, não há dias em que não registamos os números nem andamos a não fazer testes para ficar bem na fotografia internacional", disse o primeiro-ministro na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que hoje aprovou novas medidas de mitigação da covid-19 em Portugal.
De acordo com António Costa, Portugal tem "incrementado o número de testes e isso permite revelar a realidade", sendo por isso "um fator de confiança muito importante".
"Questão diferente é podermos aceitar que a União Europeia adote como critério o número de casos em função da população sem ter em conta aqui um outro elemento que é fundamental, que é saber o que é que os países estão a fazer para identificar se há casos, se não há casos", criticou.
Na perspetiva do chefe do executivo, "se há países que testaram 20 mil pessoas por milhão de habitante, é difícil comparar com um país como Portugal que já testou 108 mil pessoas por milhão de habitante".
"É óbvio que a probabilidade de, fazendo 108 mil testes, termos mais casos positivos do que se fizermos 20 mil testes", afirmou.
Com isto, António Costa garantiu que não está "a desvalorizar em nada a gravidade da situação".
"Estou a dizer que, pelo contrário, por termos consciência da gravidade da situação, fazemos mais testes para poder ir à procura dos casos, rapidamente os poder isolar e conhecer o que estava desconhecido", explicou.
Para o primeiro-ministro, "uma das grandes dúvidas" é saber se na "Área Metropolitana de Lisboa, desde que começaram a ser feitos mais testes "há mesmo um crescimento dos casos" ou se foi destapada "uma situação que estava oculta".
"Não sabemos. Também só servirá para a história. Nós não estamos a trabalhar para a fotografia internacional, nós temos estado a trabalhar, em primeiro lugar, para controlar uma situação de saúde pública", reiterou.
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