"É necessário que a nossa diplomacia arregace as mangas e promova o turismo onde nesta altura Portugal consegue ser altamente competitivo porque apresenta condições de saúde pública e de controlo da pandemia que oferece tranquilidade a quem podemos acolher no nosso território", defendeu o líder centrista.
Francisco Rodrigues dos Santos falava à margem da visita a produtores do setor primário no concelho de Valpaços, no distrito de Vila Real, região que na quarta-feira foi afetada com a queda de granizo que causou a destruição de diversas culturas como olivais, vinhas e castanheiros.
Para o centrista, a exclusão de Portugal de determinados corredores aéreos é "uma bomba atómica para o turismo nacional".
O líder do CDS lembrou que há zonas onde "aconteceu de facto um descontrolo e houve um crescimento exponencial dos contágios", mas considerou que Portugal "não deve ser penalizado por uma lógica e interpretação centralista de todo o seu território".
"O milagre português afinal não passou de uma mera miragem, o Governo falhou porque relaxou, descuidou-se e permitiu que se pintasse uma imagem draconiana do nosso país", atirou ainda
E incentivou o ministro dos Negócios Estrangeiros a realizar "uma campanha de turismo" que envolva as regiões do país que têm "uma situação epidemiológica estável e sustentável".
"Devem merecer uma boa promoção por parte do ministro [Augusto Santos Silva] para que possa plenamente receber turistas e gerar estímulos positivos à nossa economia", apontou.
E pediu também "uma postura mais assertiva e competente na comunicação" feita para o exterior do país por parte da diplomacia sobre o controlo da situação epidemiológica.
Para o responsável do CDS, os territórios de baixa densidade populacional são "bastante apelativos e convidativos para receber turistas em segurança".
Francisco Rodrigues dos Santos sublinhou ainda ser "relevante" que a diplomacia portuguesa "comece a funcionar", para que "emita sinais claros para o exterior e "impeça que haja uma certa mistificação da situação epidemiológica em Portugal".
"É um setor que representa cerca de 16% do PIB, emprega sensivelmente 400 mil pessoas e é responsável pelo maior serviço exportador português. Tem implicações com diversas dinâmicas e setores económicos do nosso pais", realçou.
A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.644 pessoas das 45.277 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.