José Maria Ricciardi, primo de Ricardo Salgado e antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), reagiu, durante a madrugada desta quinta-feira em direto na SIC Notícias, às acusações da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que ontem à noite, em declarações à TVI, considerou difícil que o ex-responsável não soubesse dos problemas do grupo.
Afirmando que não admite "acusações absolutamente gratuitas na televisão", Ricciardi classificou as declarações da bloquista de "chocantes". "Um conjunto de disparates", sublinhou.
Recordando que foi "ilibado de tudo", o antigo administrador acusou a parlamentar de ter a "ousadia de abordar temas que não domina, visto que nem leu a acusação," e de estar a "falar como se fosse 'dona disto tudo'".
Pedindo a Mariana Mortágua que se remetesse ao silêncio e parasse de "impunemente criticar o Ministério Público" na comunicação social, Riccardi defendeu: "[Mariana Mortágua] devia ter vergonha e (...) desaparecer de vez".
18 pessoas e sete empresas acusadas no caso do BES
O Ministério Público acusou na terça-feira 18 pessoas e sete empresas por vários crimes económico-financeiros e algumas das quais por associação criminosa, no processo BES/Universo Espírito Santo, em que a figura central é o ex-banqueiro Ricardo Salgado.
O ex-presidente do BES foi acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES. Além de Ricardo Salgado são também arguidos neste processo Amílcar Morais Pires e Isabel Almeida, antigos administradores do BES, entre outros.
O inquérito do processo principal 'Universo Espírito Santo' teve origem numa notícia de 3 de agosto de 2014 sobre a medida de resolução do BES e analisou um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo.
Posteriormente, foi conhecida a resolução e liquidação de inúmeras entidades pertencentes ao então Grupo Espírito Santo no Luxemburgo, Suíça, Dubai e Panamá, a par do pedido de insolvência por parte de várias empresas do mesmo Grupo em Portugal.
O arguido e ex-presidente do BES Ricardo Salgado já confirmou ter sido notificado da acusação, dizendo que "não praticou qualquer crime" e que esta "falsifica a história do Banco Espírito Santo.