Candidatos à liderança elegem emprego e sistema político como prioridade

Os dois candidatos à liderança da Juventude Social-Democrata (JSD), Sofia Matos e Alexandre Poço, apontam lacunas ao Governo na área da educação e elegem entre as prioridades a credibilização do sistema político e o emprego jovem.

Notícia

© Global Imagens

Lusa
23/07/2020 09:45 ‧ 23/07/2020 por Lusa

Política

JSD

 

Em resposta a perguntas enviadas pela Lusa aos dois candidatos que vão a votos no domingo, a atual secretária-geral da JSD elege como medida prioritária, se for eleita, o voto aos 16 anos e "uma modalidade de voto mais coerente com uma sociedade digital para o combate à abstenção".

"Defendemos ainda a limitação de mandatos para todos os eleitos e a limitação à candidatura e ao exercício de mandato a pessoas condenadas por corrupção ou crimes de idêntica natureza. Tudo isto em prol de uma necessidade premente de devolver credibilidade à política e aos políticos, e voz aos cidadãos que representamos", salientou.

Sofia Matos considerou ainda que "é impreterível efetuar na JSD um restauro dos ideais mesmo antes das ideias" e ter uma 'jota' "de ação mais do que de palavras", apontando como bandeiras a luta pela "igualdade de oportunidades, emancipação jovem e solidariedade social".

À mesma pergunta, o vice-presidente da JSD Alexandre Poço elegeu medidas relacionadas com o emprego jovem, considerando que "sem emprego, ou com salários miseráveis, sem acesso facilitado à primeira habitação, a independência dos jovens torna-se muito difícil".

"Estamos a ultimar medidas e iniciativas legislativas que promovem a contratação de jovens e o seu acesso à primeira habitação, como por exemplo a que isenta a Taxa Social Única (TSU) no início da carreira, sem perda dos benefícios sociais associados, e a criação do IRS jovem até aos 30 anos, nos cinco primeiros anos de atividade profissional", destacou.

Para Alexandre Poço, "se no 25 de Abril se conquistou a liberdade, agora são necessárias medidas que garantam a independência aos jovens".

Os dois candidatos concordam em apontar ao Governo lacunas na área da educação, que consideram ter ficado mais visíveis durante a pandemia de covid-19.

"Durante esta crise pandémica temos assistido a um crescente afastamento da realidade por parte do governo de António Costa. O facto de milhares de jovens terem ficado sem possibilidade de assistir a aulas, ou de cumprir as suas tarefas académicas, por questões sociais, como o facto de não terem internet em casa, ou não terem acesso a um simples computador, colocou a nu que a escola deixou de funcionar como elevador social", criticou Alexandre Poço.

Na mesma linha, Sofia Matos considerou que devido à pandemia "o aproveitamento escolar dos estudantes do ensino superior foi colocado em causa" e defendeu que a atribuição de bolsas de estudo para o próximo ano letivo "deveria flexibilizar os critérios de elegibilidade", salientando que o parlamento aprovou no Orçamento Retificativo uma proposta da JSD com esse objetivo.

A pandemia afetou igualmente a campanha dos candidatos à liderança da 'jota', mas os dois deputados destacam a capacidade de adaptação da geração a que pertencem, com a ajuda das novas tecnologias

"A nossa candidatura teve de se reinventar, dada a impossibilidade de levar o nosso projeto, pessoalmente, a todos os distritos do país", afirmou Sofia Matos, explicando que, além de ter divulgado nas suas redes sociais uma entrevista com as principais ideias, a candidatura construiu uma plataforma a nível nacional "que juntou mais de 500 voluntários no intuito de ajudar os mais frágeis e mais idosos em tempos de pandemia".

Também Alexandre Poço considerou que, apesar da necessária adaptação, foi sempre possível "manter uma ligação forte e próxima com os militantes da JSD de todo o país".

Já sobre a relação que mantêm com a atual direção - Sofia Matos foi apoiante do presidente Rui Rio nas diretas de janeiro, Alexandre Poço esteve primeiro com Miguel Pinto Luz e, na segunda volta, com Luís Montenegro - ambos referem a primazia do interesse dos jovens.

"A JSD é uma organização independente e tem permanecido assim ao logo dos anos. Esta tem sido uma das nossas principais forças. É verdade que muitos líderes do PSD se sentem tentados a controlar a 'jota', vários tentaram, mas nenhum conseguiu", respondeu Alexandre Poço, recordando a relação tensa entre o então líder do PSD Cavaco Silva e o presidente da JSD Pedro Passos Coelho.

O deputado acrescenta que "nenhuma candidatura promovida por uma liderança nacional do PSD alguma vez conseguiu controlar a JSD", considerando que tal "seria a negação da 'jota'".

Já Sofia Matos admite que a sua "estreita relação" com o líder do partido "será, indubitavelmente, muito importante tanto para a JSD como para o PSD, mas acima de tudo para os jovens portugueses".

"Importa referir que comigo, a JSD representará sempre os interesses dos jovens, mas nunca irá sucumbir aos interesses do partido", realça, por outro lado.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas