Paulo Portas destacou, no espaço habitual de comentário na TVI, que Portugal melhorou ao fim de nove semanas e que "estamos a conseguir sair das cores mais negativas do mapa europeu, felizmente". O país encontra-se agora com uma tendência "decrescente", ao contrário do que se está a passar no resto da Europa.
Para o antigo líder do CDS, Portugal é bastante responsável pelos erros que cometeu no desconfinamento. "Convém não os repetir se houver segunda vaga", alertou.
No entanto, e apesar de o país estar agora com uma tendência decrescente, no entender de Paulo Portas há "um lado misterioso", uma vez que "vamos entrar numa era, ou pelo menos num mês, de absoluta obscuridade".
"O primeiro-ministro não vai ao Parlamento; acabaram as reuniões no Infarmed; os documentos dos epidemiologistas não são distribuídos aos deputados e o site das listas de espera está sem ser atualizado desde março", enumerou o comentador, considerando que "isto não é próprio de uma democracia civilizada, com toda a franqueza".
Paulo Portas apontou ainda como um fator de preocupação o facto de, em setembro, dois milhões de alunos regressarem à escola, assim como o facto de uma parte dos trabalhadores em lay-off deixar de estar nessa circunstância e uma parte da Administração Pública deixar de trabalhar de forma remota. Ou seja, "haverá muito mais gente a circular".
"Qual é a política oficial sobre máscaras para esta nova temporada? Eu acho que elas devem ser obrigatórias, para proteger os outros", defendeu, levantando ainda outras questões nomeadamente sobre os transportes públicos. "Quais são as políticas nesta matéria?", perguntou.
Devido à redução nos novos contágios, o Governo determinou, na semana passada, que as 19 freguesias da Grande Lisboa em estado de calamidade passassem a estado de contingência, como já se encontrava o toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML). No resto do país vigora o estado de alerta, situação que se manterá tanto tempo quanto durar a pandemia.