"Nos últimos tempos alguns partidos têm infelizmente insistido em normalizar e acomodar discursos barbaros e investido numa guerrilha extremista no seio da nossa vida plítica e comunitária. O resultado está à vista", criticou Francisco Rodrigues dos Santos, numa nota enviada às redações e publicada nas redes sociais.
Para o líder do CDS-PP, "grupelhos de extrema-direita - alimentados pelo discurso radical de sinal contrário dos movimentos de extrema-esquerda - com as suas agendas racistas, xenófobas e violentas, não podem ser tolerados em Portugal".
Francisco Rodrigues dos Santos aditou ainda que "uns e outros, que instrumentalizam estes fenómenos para sua afirmação, apesar de representarem uma franja ultra-minoritária da nossa sociedade" devem ser "corajosamente reprimidos e censurados".
Em causa estão as ameaças de que foram alvo as deputadas do Bloco de Esquerda Beatriz Dias e Mariana Mortágua, a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira e mais sete ativistas num email dirigido ao SOS Racismo.
"Espero que quem tão covardemente ameaça e atenta contra a dignidade de qualquer pessoa - portugueses anónimos, deputados ou dirigentes associativos - seja rapidamente apanhado pela Polícia Judiciária e levado à justiça", acrescentou o líder centrista na nota.
"Ao contrário de quem constantemente despreza politicamente e incita ao ódio contra as nossas forças de segurança, e que hoje reconhece a sua importância, o CDS, como qualquer cidadão sensato, percebe que as polícias cumprem exemplarmente o seu dever de assegurar a nossa Liberdade e proteção", aponta, acrescentando que é nas autoridades que em situações deste tipo "reside a esperança de que os criminosos serão detidos e que pagarão pelos seus actos".
O email em causa foi enviado na passada terça-feira, a partir de um endereço criado num 'site' de 'e-mails' temporários, para o SOS Racismo e é assinada por "Nova Ordem de Avis -- Resistência Nacional", a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma "vigília em honra das forças de segurança" em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como "terrorismo político".
"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se no e-mail em causa, a que a Lusa teve acesso.
No e-mail, refere-se que se o prazo for ultrapassado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português" e que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".