"Este tipo de acontecimentos são intoleráveis na sociedade portuguesa. Nós já temos um quadro legislativo exigente e robusto e este tipo de situações deve ser rapidamente investigada pelas autoridades competentes", salientou a deputada socialista, em declarações à agência Lusa.
No entender de Constança Urbano de Sousa, "não basta atirar leis para cima dos problemas", até porque "o quadro legislativo vigente é bastante exigente".
"E, por isso, as autoridades competentes têm que os investigar com celeridade, eficácia, de forma a também ter aqui uma atitude preventiva porque são situações que não se podem tolerar", reiterou.
Comentando as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre estes acontecimentos, Constança Urbano de Sousa vincou "que todos os democratas só podem estar unidos" e de acordo com a posição do Chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa recomendou hoje aos democratas "tolerância zero" e "sensatez" para combater o racismo.
"Os democratas devem ser muito firmes nos seus princípios e, ao mesmo tempo, ser sensatos na sua defesa. Firmes nos princípios significa uma tolerância zero em relação àquilo que é condenado pela Constituição [da República Portuguesa], sensatez significa estar atento às campanhas e escaladas que é fácil fazer a propósito de temas sensíveis na sociedade portuguesa", afirmou o Presidente da República.
Constança Urbano de Sousa recordou que "ainda recentemente, sob proposta do PS, o parlamento aprovou uma resolução que recomenda uma série de medidas de políticas públicas para combater o racismo e a xenofobia na sociedade portuguesa", acrescentando que "agora este tipo de situação já implica uma investigação de natureza criminal".
"É inadmissível ameaças deste ou de outro tipo, contra deputados, instituições ou mesmo qualquer pessoa, com o intuito intimidatório ou outro qualquer", reforçou, reiterando que a investigação deve ser feita com celeridade.
As deputadas do Bloco de Esquerda Beatriz Dias e Mariana Mortágua, a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira e mais sete ativistas são visados num e-mail contendo ameaças dirigido ao SOS Racismo.
"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", lê-se no e-mail em causa, a que a Lusa teve acesso.
No e-mail, refere-se que se o prazo for ultrapassado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português" e que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".
Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada a partir de um endereço criado num 'site' de e-mails temporários para o SOS Racismo, e é assinada "Nova Ordem de Avis" - Resistência Nacional".