Portugal regressará, a partir de 15 de setembro, ao Estado de Contingência, mas as medidas concretas a adotar ainda não são conhecidas. No seu habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias, Francisco Louçã analisou algumas das hipóteses que têm sido colocadas em cima da mesa.
O retorno da atividade letiva presencial, apontada para meados de setembro, "é importante" porque "para as crianças mais pequenas não há educação se não houver um contacto humano intenso", considerou o comentador.
O "problema", acrescentou, "é saber se não é muito tarde. Temos 15 dias para reestruturar os horários e reduzir a carga porventura. A reorganização do sistema educativo é muito importante" para assegurar, entre outros aspetos, a distribuição de alunos por diferentes horários por forma a evitar grandes aglomerações nas instituições de ensino.
Para o bloquista, "é preciso garantir que é nas melhores condições que ocorre a abertura das aulas, que é muito importante para a sociedade. A decisão [de reabertura], para ser cumprida, não deve ser só uma caneta do Ministério que assina a ordem. Creio que está demasiado atrasada e amadora".
Já quanto à possível proibição de ajuntamento de mais de 10 pessoas, esta é uma medida que, no entendimento do ex-líder partidário, "não tem sentido nenhum. Qualquer autocarro em hora de ponta tem mais de 10 pessoas. Nas aulas, quando abrirem, vão estar mais de 10 pessoas. Há um jogo de sombras que deve ser evitado porque não ajuda à solução e só finge que há solução".
O uso de máscara no exterior tem igualmente sido equacionado, estando as autoridades de saúde a analisar a eficácia da medida. Neste domínio, considera Louçã que "tem muito sentido usar a máscara em ambientes fechados, em transportes públicos, em situações onde há grandes aglomerações. Se deve ser sempre usada na rua, veremos o que dizem as recomendações sanitárias".