"A DGS anda a correr atrás do prejuízo e isso não gera confiança"
Marques Mendes considerou que a autoridade de saúde tem agido tarde e com hesitação. Sobre a situação nos lares, para o comentador, instalou-se "um silêncio preocupante", num momento em que falta um plano de intervenção para estas estruturas.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
Luís Marques Mendes teceu, esta noite, fortes críticas à atuação da Direção-Geral da Saúde (DGS) perante a evolução da pandemia no país. No seu espaço de comentário semanal na SIC, o comentador considerou que a autoridade de saúde tem agido tarde e com hesitação, concluindo: "a DGS anda a correr atrás do prejuízo e isso não gera confiança".
Manifestando-se contra um novo confinamento, o antigo presidente do PSD começou por criticar a DGS quanto à estratégia desenhada para este outono e inverno. Apesar de nada ter a apontar às orientações per si, Marques Mendes considerou que o plano vem tarde, "uma vez mais", e que "já se devia estar a executar".
"A DGS uma vez mais agiu tarde, como já tinha sido com as orientações para as escolas e para a Festa do Avante!. Não é um bom sinal", atirou.
Mais, para o antigo ministro, a DGS não inspira confiança pois muitas vezes já se posicionou de uma forma que "não é carne nem é peixe", tentando "agradar a gregos e a troianos". Exemplo? Para Marques Mendes, o facto de a DGS ter dado uma resposta ambígua - "talvez, poderão" ter de usar máscara -, no que diz respeito ao uso deste material de proteção nos espaços exteriores, é uma das provas.
Outro exemplo apresentado por Marques Mendes prende-se com a criação de testes rápidos de despistagem da Covid-19. Considerando que esta matéria revela mais uma evidência de hesitação por parte da DGS, o ex-líder partidário denotou: "Não é um sim nem um não, mas um talvez. É um 'nim' (...). Agora é que vão estudar".
A situação nos lares, também não passou ao lado do comentador. Considerando esta uma questão delicada, Marques Mendes denotou que "há um silêncio preocupante" e alertou para o facto de os idosos que estão nestas estruturas serem os únicos cidadãos que se encontram praticamente em confinamento. "Parece que estão numa prisão. Isto é uma violência, uma brutalidade (...) as autoridades têm de encontrar uma saída. É uma questão de justiça, humanidade e sensibilidade", argumentou, acrescentando que falta um plano de intervenção para os lares portugueses.
Quanto aos doentes não Covid-19, Marques Mendes também deixou um aviso, dizendo que se na primeira vaga foi compreensível uma certa discriminação nos hospitais entre pacientes com o novo vírus e os restantes - pois a Covid-19 era desconhecida e estava instalado o pânico -, hoje esgotaram-se as desculpas. "Tem de haver espaço e condições para tratar doentes Covid e doentes não Covid. (...) A sociedade não vai aceitar novas discriminações. E não há razão para discriminar", defendeu, lembrando que, atualmente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está mais bem preparado para lidar com a pandemia e manter a sua atividade.
Ainda sobre a evolução da pandemia no país, Marques Mendes demonstrou através de gráficos que, comparando os dados em abril e agora em setembro, embora o número de contágios seja praticamente igual, o de vítimas mortais e o de doentes internados são significativamente menores. Perante esta análise, o social-democrata concluiu que estes números representam "um sinal de esperança" e demonstram que o "SNS não está a falhar".
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