Após uma reunião com a Ordem dos Enfermeiros nos Açores, realizada hoje em Ponta Delgada, o líder do PSD/Açores disse querer "denunciar uma prática que não abona à dignidade do exercício político e da governação" da região.
Bolieiro referia-se à contabilização, para efeitos de valorização salarial, dos anos de serviço de todos os profissionais de saúde dos hospitais que, até 2019, tinham contrato individual de trabalho, medida anunciada terça-feira pelo Governo dos Açores, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro.
"Uma governação sem rumo e sem estratégia negou sempre as justas revindicações desses profissionais [de saúde], porque estamos em vésperas de eleições resolve parcialmente uma ou outra situação de protesto", afirmou.
O social-democrata disse ser "justo" que os profissionais de saúde "queiram ver a operacionalização" da medida, não ficando "pelos meros anúncios".
Bolieiro disse ainda ter ficado por completar a integração de 83 enfermeiros para "cumprir necessidades efetivas e permanentes" do Serviço Regional de Saúde, que se encontra com um "défice de enfermeiros".
"Há enfermeiros que estão esgotados pelo cansaço face ao extraordinário trabalho que têm vindo a fazer", afirmou.
Bolieiro considerou "indigna" a presença de enfermeiros estagiários (através do programa regional 'estagiar L') para "necessidades efetivas" do SRS.
"Não é aceitável que continue o governo a impor, para necessidades efetivas e permanentes de trabalho, que os enfermeiros passem pelo estagiar. Isto é indigno", declarou.
O candidato a presidente do Governo Regional pelo PSD/Açores disse que o partido defende a "dignificação" dos profissionais de saúde, seja no acesso à profissão, ao "estatuto remuneratório" e na "evolução da carreira".
"Sob o ponto vista do projeto do PSD, solidariedade com essas carreiras e com esses profissionais [de saúde], para os valorizar e dignificar. É assim que nós damos prioridade a uma área essencial como é a saúde", acrescentou.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.