Na sequência da aprovação da proposta do Orçamento do Estado para 2021 pelo Conselho de Ministros, criticou, esta quinta-feira, Manuela Ferreira Leite os partidos que encaram o diploma como um "panfleto político".
"O orçamento é um instrumento de política económica e um programa financeiro para o desenvolvimento do país. Não é um panfleto político. Por isso, tenho muita dificuldade em perceber que a negociação do Orçamento se possa centrar em aspetos laterais à política económica como a questão do Novo Banco", apontou, no seu habitual espaço de comentário na antena da TVI.
O tema do Novo Banco está relacionado com "uma questão política relativamente a um acordo que foi assinado e quem não concorda e quiser romper só tem duas possibilidades reais: ou paga ou não paga. Se não paga, pagamos nós uma fatura de violar um contrato. Se paga, não pode inventar processos tortuosos para pagar mas levar, em termos políticos, a que os portugueses julguem que não pagamos. Não existe uma árvore das patacas, o dinheiro sai dos nossos bolsos", vincou.
Inventar processos tortuosos é, para a comentadora, "organizar o Orçamento de forma a enganar-nos. E se o Orçamento do Estado não é transparente, então não sei o que há-de ser".
Esta discussão, acrescentou ainda ex-ministra das Finanças, "não tem o mínimo dos sentidos do ponto de vista da política do Governo e, se tem algum ponto de vista político, não pode ser refletido no Orçamento".