Ex-candidato a Felgueiras anuncia entrada na corrida a Belém

O empresário e ex-candidato à Câmara de Felgueiras Paulo Alves apresentou hoje a sua candidatura às eleições presidenciais de 2021, mostrando-se "desiludido" com o Presidente da República, que acusou de ziguezaguear politicamente para agradar a todos.

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Lusa
05/11/2020 20:55 ‧ 05/11/2020 por Lusa

Política

Presidenciais

Reconhecendo as dificuldades que um candidato sem qualquer apoio partidário vai enfrentar, Paulo Alves explicou, numa conferência de imprensa, no Porto, que a sua candidatura surge da inação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em tomar de medidas de relevo social, como o aumento das reformas mínimas para quem descontou até 15 anos ou a inclusão social dos sem abrigo.

Não escondendo o apreço que chegou a ter pelo chefe de Estado, o empresário afirmou-se "desiludido" com Marcelo Rebelo de Sousa, acusando-o de "ziguezaguear políticas de modo agradar a todos" e ratificar "praticamente tudo o que o atual governo lhe indicou".

Como exemplo apontou "a nomeação de ministros com conflitos de interesse entre familiares e de outros vindos do gabinete de António Costa enquanto presidente da Câmara de Lisboa, pessoas com teias de interesses beneficiários de ajustes diretos num imbróglio de corrupção".

O pré-candidato às presidenciais de 2021 considerou que Marcelo deu a "estocada final" aos portugueses ao promulgar a lei que "não proíbe a concessão e privatização da água".

Paulo Alves é ainda critico de Marcelo no que respeita à diplomacia internacional, defendendo que a sua postura "põe em risco, alianças antigas de países amigos e protetores", como os Estado Unidos da América, com quem advinha um "conflito diplomático", por causa da rede 5G.

O ex-candidato à Câmara de Felgueiras considerou ainda que, num quadro de Governo minoritário, o Presidente da República deveria estabelecer objetivos ao Governo e aos partidos políticos por forma a garantir um projeto de futuro.

"Temos um governo minoritário que irá decidir um programa, ainda que sob a tutela da comunidade europeia, ziguezagueando para políticas de favorecimento aos mesmos lóbis económicos de sempre", lamentou, questionando os 1,5 mil milhões de euros para as Parcerias Público Privadas, ou os 50 milhões que vão ainda para despesas do BPN.

Paulo Alves acusou ainda o PR de ter substituído a procuradora-geral da República Joana Marques Vidal e o presidente do Tribunal de Contas Vítor Caldeira, "porque alegadamente incomodavam António Costa", e de terminar o mandato com os processos dos incêndios de 2017, o assalto de Tancos ou o caso Raríssimas, entre outros, "na gaveta".

Como candidato, o empresário vai bater-se por vários objetivos, o primeiro dos quais a regionalização, defendendo a divisão do país em sete regiões.

Na agenda europeia, Paulo Alves defendeu um combate à Europa do Estados Federais e contra as listas transnacionais; e na Lusofonia a criação de um "espaço sem fronteiras nos países PALOP's, com livre circulação de pessoas, bens e capitais"

Entre outras medidas, o empresário defende a subida das reformas mínimas para o valor do Salário Mínimo Nacional, a integração dos sem abrigo e o apoio e acompanhamento das crianças vulneráveis.

O candidato deixou ainda um apelo ao "bom senso" de Marcelo Rebelo de Sousa para que, "dentro dos parâmetros que a Constituição lhe permite, adiar o ato eleitoral".

Paulo Alves é ex-deputado municipal em Felgueiras (2005-2009), ex-candidato à presidência Câmara Municipal de Felgueiras nas autárquicas de 2017 e ex-candidato às eleições legislativas 2019 pelo círculo eleitoral das comunidades portuguesas fora da Europa.

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