PSD/Chega? "É um acordo que vai envenenar o PSD e a política nacional"

Pacheco Pereira avisa que o "Chega não é um partido vulgar de extrema-direita" e que não é "inócuo" estabelecer qualquer entendimento com esta força política.

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Melissa Lopes
12/11/2020 08:20 ‧ 12/11/2020 por Melissa Lopes

Política

Pacheco Pereira

Pacheco Pereira criticou, no programa Circulatura do Quadrado desta quarta-feira, o acordo entre o PSD e o Chega nos Açores. Vincando que se tem manifestado "completamente contra" e "sem qualquer ambiguidade" em relação a este entendimento partidário, o comentador afirmou que "este é um acordo que vai envenenar o PSD e a vida política nacional". Aliás, "já está", acrescentou.

"Tenho vergonha de ver o Ventura na Assembleia da República a elogiar Rio", atirou Pacheco Pereira, considerando que "era óbvio" que o líder do Chega ia "aproveitar o acordo" para "se impor como parte obrigatória de qualquer acordo à direita". 

O comentador analisou que não se trata de um acordo açoriano. "Qualquer acordo com o Chega não se contém nos Açores, como se viu. É sempre um acordo de natureza nacional". Pacheco Pereira considerou ainda que o Chega "não é um partido vulgar de extrema-direita, mesmo que fosse, já era bastante para que um partido democrático como o PSD não o apoiasse".

"O Chega é um partido de extrema-direita com uma dinâmica eleitoral e política forte que corresponde a uma mudança significativa nos partidos de extrema-direita e populistas na Europa", observou o  antigo líder parlamentar e antigo vice-presidente do PSD, sublinhando que "temos a obrigação de perceber que não é inócuo fazer um acordo com o Chega". Fazê-lo "é completamente contra aquilo que é um partido social-democrata. Um partido social-democrata não faz nenhuma espécie de acordo com um partido de extrema-direita", reforçou.  

Apesar de o PS ter vencido as eleições regionais dos Açores, a formação de uma inédita Geringonça de direita prepara-se para acabar com 24 anos de governação socialista, o que levou a troca de acusações entre líderes nacionais dos partidos.  O PS acusou o Rui Rio de ter "pisado" uma linha vermelha ao firmar um acordo com o Chega, defendendo que o presidente do PSD devia explicações ao país. Na resposta,  o líder social-democrata insistiu que o Chega não irá integrar o Governo Regional dos Açores e voltou a acusar os socialistas de mentir.

Já esta semana, na mesma linha, Rui Rio afirmou que "Costa, PS e BE estão de cabeça perdida e a mentir aos portugueses". Para a Comissão Permanente do PS, "a confirmação, através de André Ventura, revela uma nova faceta no PSD" presidido por Rui Rio: "A de um PSD capaz de vender a alma ao diabo, hipotecando-se a propostas de reposição da barbárie, como a prisão perpétua ou a castração química, para atingir o exercício do poder".

Esta terça-feira, foi divulgada uma carta aberta intitulada 'A clareza que defendemos', na qual 52 personalidades do centro-direita assinam um manifesto que alerta para "uma inquietante deriva e uma insustentável amálgama na política europeia e americana", que faz o seu caminho entre "forças da direita autoritária e partidos conservadores, liberais, moderados e reformistas". 

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