João Cotrim Figueiredo lamentou a "desorientação" e "incompetência" do executivo liderado por António Costa, no debate parlamentar sobre o pedido de renovação do estado de emergência.
"O Governo tomou decisões que vão destruir um setor [restauração] com base em coisa nenhuma", afirmou.
O deputado único da Iniciativa Liberal disse que, "48 horas antes da entrada em vigor do estado de emergência, o primeiro-ministro dizia que não contemplava a instauração do recolher obrigatório", mas "foi logo a primeira medida".
"Aliás, transformado [recolher obrigatório], ao fim-de-semana, num autêntico confinamento geral a partir da uma (13:00), mais uma vez sem justificação que se veja", condenou, acrescentando que a medida gerou "aglomerações desnecessárias de pessoas nos estabelecimentos comerciais durante a manhã e quebras de faturação de mais de 50%, sobretudo na restauração, atividade em que estão empregados mais de 600 mil portugueses".
O parlamento autorizou hoje o Presidente da República a declarar a renovação do estado de emergência em Portugal a partir de terça-feira para permitir medidas de contenção da covid-19, com votos a favor de PS e PSD.
Votaram contra esta renovação do estado de emergência PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.
BE, CDS-PP e PAN abstiveram-se, enquanto a deputada não inscrita Cristina Rodrigues votou a favor.
"Não passamos cheques em branco a este Governo. Não contem com o nosso voto para dispor de poderes excessivos que podem utilizar sem justificação científica e a reboque de decisões inconsistentes", disse ainda Cotrim Figueiredo
O atual período de estado de emergência começou às 00:00 no passado dia 09 e termina às 23:59 da próxima segunda-feira, 23 de novembro. O respetivo diploma foi aprovado no parlamento com votos a favor de PS, PSD e CDS-PP, abstenções de BE, PAN e Chega e votos contra de PCP, PEV e Iniciativa Liberal.
Portugal contabiliza pelo menos 3.701 mortos associados à covid-19 em 243.009 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).