Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, defende que "realizar eleições presidenciais nestas circunstâncias, entre estados de emergência e proibições de circulação entre concelhos e recolheres obrigatórios, é puramente uma ação de interesse político egoísta de uma classe fechada em si mesma e que não perdeu qualquer rendimento ou privilégio face aos demais cidadãos".
"Assim, o PPM pede o adiamento das eleições presidenciais para uma altura em que o superior interesse de saúde pública se encontre assegurado", refere.
No comunicado, Gonçalo da Câmara Pereira assinala igualmente que o Governo e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "pedem sacrifícios pessoais, económicos e sociais aos portugueses, em que muitos estão impedidos de contactos pessoais com familiares e, pior ainda, sem possibilidades de trabalhar e ganhar sustento financeiro".
O líder do partido monárquico indica que "o PPM não dá qualquer indicação de votos aos seus militantes e simpatizantes, nem tampouco incentiva à abstenção ou voto nulo ou branco", uma vez que identifica "fraca qualidade" nas candidaturas apresentadas até agora.
"A consciência de cada um saberá, no dia da eleição presidencial, o melhor que poderá fazer para que a República não dure muito mais tempo em Portugal", advoga, apontando que esta eleição é "tecnicamente inútil".
Em declarações à agência Lusa, o presidente do PPM defendeu que a questão do adiamento não se colocava nas eleições regionais dos Açores, que se disputaram no final de outubro, porque o país "ainda não estava na segunda vaga e não havia confinamentos".
No que toca às eleições presidenciais, Gonçalo da Câmara Pereira antecipou que "os candidatos não vão poder fazer campanha pelo país inteiro", devido às restrições que poderão estar em vigor.
Na semana passada, no final de uma audiência com o Presidente da República, José Luís Ferreira, deputado e dirigente do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa vai marcar na terça-feira as eleições presidenciais para 24 de janeiro.
Na sexta-feira, na declaração que fez ao país depois de decretar a renovação do estado de emergência até 08 de dezembro, tendo em conta a situação atual da epidemia de covid-19, o chefe de Estado afirmou que não hesitará em prolongar o estado de emergência o tempo que for necessário.
Marcelo Rebelo de Sousa antecipou ainda que poderá haver "uma terceira vaga" entre janeiro e fevereiro do próximo ano.