PS quer estabilidade das medidas, mas admite ponderação sobre Ano Novo

O secretário-geral adjunto do PS José Luís Carneiro defendeu hoje a estabilidade das medidas para a época festiva, apelando à responsabilidade dos comportamentos, mas admitiu que possa haver uma ponderação das restrições previstas para o Ano Novo.

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Lusa
16/12/2020 21:00 ‧ 16/12/2020 por Lusa

Política

Covid-19

 

À saída de uma audiência com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência, José Luís Carneiro foi questionado sobre as palavras do líder do PSD, Rui Rio, que pouco antes tinha apelado à coragem política do Governo, caso seja preciso apertar as medidas relativas ao Ano Novo se se agravar a situação da pandemia após o Natal.

"Todos os dias deve ser feita uma avaliação e as decisões devem ser em função dessa avaliação. Entendemos que é uma ideia que deve ser ponderada, que deve ser avaliada", respondeu o dirigente do PS.

Ainda assim, o secretário-geral adjunto socialista salientou que seria importante haver capacidade para "manter a estabilidade das medidas adotadas", apelando, para que tal seja possível, à responsabilidade dos comportamentos individuais e coletivos.

"Queríamos transmitir em nome do PS o nosso apoio à renovação do estado de emergência: é necessário continuarmos com uma conduta individual e cívica com grande sentido de responsabilidade", afirmou.

Questionado sobre a defesa feita pelo BE de uma requisição civil, por parte do Governo, de meios privados na saúde, José Luís Carneiro rejeitou essa via, apontando como alternativa o diálogo entre os vários setores.

"São termos que o PS nunca utilizou, devem convergir esforços para que os recursos disponíveis sejam colocados ao serviço dos portugueses. Pelo que temos visto, todas as instituições públicas, privadas e sociais têm estado irmanadas ao serviço do país", disse, apelando a que se mantenha o sentido de "equilíbrio" e "ponderação".

Sobre a possibilidade de o estado de emergência vir a afetar a campanha para as eleições presidenciais de janeiro, o dirigente socialista salientou que "mesmo nos momentos mais críticos da pandemia, a democracia manteve-se viva".

"As eleições presidenciais são um momento muito relevante da nossa vida democrática, é muito relevante que os cidadãos possam informar-se e esclarecer-se", defendeu, admitindo que a CNE e as autoridades de saúde possam emitir "recomendações universais de cariz abstrato" para essa campanha.

José Luís Carneiro saudou ainda a decisão da Comissão Europeia de ter decidido avançar "ao mesmo tempo" com o processo de vacinação em todos os Estados-membros, considerando que "reforça o sentimento de solidariedade europeia", mas alertou que tal não pode significar o relaxamento das medidas.

O Presidente da República fez hoje uma ronda de audiências com os partidos com representação parlamentar sobre a provável renovação do estado de emergência entre 24 de dezembro e 07 de janeiro.

De manhã, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu a Iniciativa Liberal (IL), Chega, Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), CDS e PCP. À tarde, foram ouvidos BE, PSD e PS.

Marcelo já informou que não falará ao país sobre a provável renovação do estado de emergência até janeiro, como fez anteriormente, por ser agora candidato presidencial.

Portugal contabiliza pelo menos 5.815 mortos associados à covid-19 em 358.296 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

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