PSD concorda com fecho de escolas, mas não poupa Governo a "abanão"

Líder social-democrata diz que tem poupado críticas ao Executivo "em nome do interesse nacional", mas "há momentos em que é preciso dar um abanão para ver se o Governo entra linha". Reconhece, contudo, que a tarefa de António Costa "não é fácil".

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Melissa Lopes
21/01/2021 18:35 ‧ 21/01/2021 por Melissa Lopes

Política

Pandemia

"O PSD está obviamente de acordo com esta medida [do encerramento das escolas], sendo apenas que peca por tardia", disse o líder social-democrata em conferência de imprensa.

Rui Rio disse haver um "lamento a fazer" sobre o facto de se interromperem as atividades letivas sem recurso ao ensino à distância.

"O Governo diz que está preocupado com o desenvolvimento das crianças, e que [por isso] queria manter as aulas. Se assim fosse, tinha ao longo deste tempo, desde abril, melhorado as aulas à distância", apontou.

Aliás, prosseguiu, "foi o próprio Governo que, depois de abril, quando houve aulas à distância veio dizer que tinha corrido tudo muito bem". "Sabemos todos que não correu muito bem", considerou.

Neste sentido, Rui Rio lamentou o facto de o Governo "ter tido estes meses todos para preparar aquilo que prometeu preparar" e que agora se fechem as escolas, sem a opção das aulas à distância. "Os alunos ainda vão ter uma situação pior do que aquela que tiveram em abril na exata medida que não vão ter aulas à distância", afirmou.

Assim, o social-democrata concluiu que "todos compreendemos porque é que o Governo não decidiu de imediato encerrar as escolas e só o fez agora perante a pressão da opinião pública": Tinha consciência que não estava preparado para o fazer".

Por outro lado, o PSD lamentou o "desgoverno" em que o país tem andado. "Se repararem bem nesta questão das escolas, na segunda-feira, o Governo afirmava a pés juntos que as escolas não podiam fechar (...), na terça-feira deu um passo à frente e até disse que ia abrir os ATL, no dia seguinte arrancam os testes aos alunos, e hoje decide fechar rigorosamente tudo. Isto é, obviamente, um desgoverno".

"Para que não haja demagogia", reconheceu Rio, "o trabalho do Governo não é nada fácil".

"Desde a primeira hora, reconheço essa grande situação de dificuldade e tenho poupado nas críticas. E as críticas que tenho poupado ao Governo são aquelas que depois me fazem a mim por não as fazer", disse, referindo que tem agido dessa forma "em nome do interesse nacional".

"Mas isto não pode continuar assim. Com este desgoverno não se inspira confiança nas pessoas", atirou.

O líder do PSD disse que vai continuar da mesma forma, mas sublinha que tem de dizer que "assim não pode continuar" e o "Governo tem de ter um rumo mais certo" .

Rui Rio referiu ainda que é "profundamente lamentável" que "com o SNS a rebentar pelas costuras", com a "ministra a pedir, de forma dramática, a pedir a ajuda de todos, o hospital Compaixão, em Miranda do Corvo esteja fechado.

"Imaginem em Portugal, um hospital pronto há quase dois anos, com uns plásticos em cima das camas e equipamentos, porque o Ministério da Saúde - que pede ajuda -, por uma questão que eu não sei qual é, não faz o contacto que deve fazer para que possa haver a utilização deste espaço", disse, perguntando se este é ou não caso único no país.

O social-democrata quer saber porque é que o país não utiliza a capacidade toda instalada no país para responder à grave situação da Covid-19.

Rui Rio prometeu "continuar na mesma cena", mas avisou que "há momentos em que é preciso dar um abanão para ver se o Governo entra linha, porque assim Portugal não vai vencer esta batalha da forma como poderia vencer, ou seja, mais cedo do que aquilo que vai acontecer".

O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira a suspensão das atividades letivas durante 15 dias (sem aulas à distância, como no primeiro confinamento geral), depois de uma reunião com epidemiologistas que decorreu na noite de quarta-feira O crescimento acentuado da presença da variante inglesa no país é a razão que explica a decisão do Governo que tanto tentou evitar.

Leia Também: "Quisemos evitar, mas não pudemos". Escolas encerradas durante 15 dias

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