Num comunicado enviado à Lusa no final da reunião com especialistas por videoconferência, na qual foi analisada a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, os centristas propõem que as Forças Armadas "sejam também associadas à execução de um robusto plano de testagem rápida para rastreio das cadeias de contágio, que os técnicos hoje defenderam nesta reunião como condição de um desconfinamento em segurança".
A porta-voz do CDS-PP, Cecília Anacoreta Correia, que assina a nota, refere que "os dados hoje apresentados revelam que o confinamento decretado em finais de janeiro se deveu a uma reação tardia e laxista por parte do Governo".
"O Governo tinha a responsabilidade de aplicar uma política de precaução e de antevisão de cenários, coisa que irresponsavelmente não fez", critica a dirigente centrista, argumentado que o executivo "optou pelo caminho mais fácil de ir respondendo gradualmente ao evoluir da situação, sempre atrás do prejuízo".
A centrista salienta igualmente que o Serviço Nacional de Saúde "não merecia ter sido deixado à mercê do improviso".
"Não fomos devidamente protegidos e o descontrolo da pandemia verificado no mês de janeiro é uma enorme responsabilidade politica deste Governo", critica Cecília Anacoreta Correia, pedindo "planeamento, transparência e meritocracia na preparação de possíveis novas vagas deste vírus".
Na ótica do CDS-PP, "não se pode mais andar atrás do prejuízo, deixando as coisas evoluírem até a única resposta adequada ser novos confinamentos", uma vez que "as empresas, os trabalhadores, as famílias, os estudantes não aguentam este tipo de política devastadora".
"Resta-nos a esperança da vacinação, domínio onde saudamos o envolvimento tardio das Forças Armadas, que o CDS sempre propôs", realça a porta-voz, destacando também a "criação de centros de vacinação, que o CDS já propusera e espera ver replicados em todo o país".
Na nota hoje divulgada, o partido salienta igualmente que "os maiores de 80 anos são dos mais afetados pela doença e pela mortalidade" e reitera que é "incompreensível que o Governo não tenha incluído toda esta faixa etária na lista de prioridade de vacinação desde a primeira hora, como atempadamente o CDS pediu".
Ainda no que toca à vacinação, o CDS criticou a escolha de "um comissário político para responsável pela condução deste processo, em vez de se envolver desde o início as Forças Armadas", e advogou que "a expectativa dos portugueses na vacinação não pode ser deixada à mercê de comissários políticos e dos abusos" que têm sido identificados, referindo-se à administração de vacinas a pessoas que não estão incluídas nos grupos prioritários".
Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados por covid-19, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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