PSD propõe adiamento das eleições autárquicas por 60 dias

Rui Rio anunciou a intenção do partido em conferência de imprensa. Ou seja, ao invés de se marcarem as eleições entre 22 de setembro e 14 de outubro, o Governo marcaria entre 22 de novembro e 14 de dezembro. 

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Melissa Lopes
12/02/2021 11:45 ‧ 12/02/2021 por Melissa Lopes

Política

PSD

Frisando as perspetivas da task-force de atingir a imunização de 70% da população no fim de agosto, o presidente do PSD defendeu, esta sexta-feira, que as eleições autárquicas devem ser adiadas para que a pandemia não limite a campanha eleitoral.

"Se tudo correr bem - e eu devo dizer que estou muito cético que se consiga 70% dos portugueses vacinados em 31 de agosto -, se o Governo marcar as eleições para o primeiro domingo de setembro, significa que se poderá fazer campanha eleitoral durante cerca de 20 dias", afirmou, considerando ser "manifestamente curto que se tenha apenas 20 dias de completa liberdade e normalidade para se fazer uma campanha eleitoral".

Acresce a isso que "as eleições autárquicas são um pouco diferentes das legislativas, mas são muito diferentes das presidenciais", disse o líder do PSD, referindo ainda que nas últimas presidenciais "todos os candidatos tinham as televisões atrás deles".

"Não podiam contactar as pessoas, mas pelo menos iam lá através da comunicação social", constatou, questionando como é que se consegue fazer campanha numas autárquicas sem se poder contactar as pessoas.

Assinalando a sua experiência, Rui Rio declarou que "não conseguia fazer uma campanha autárquica sem contactar as pessoas e ir aos sítios". "O que aconteceu nas presidenciais - quase não houve campanha - não pode acontecer nas autárquicas", defendeu.

Para o presidente do PSD, limitações na campanha só servem "quem está no poder".

"Quem for presidente de câmara, se conseguir uma campanha em que não haja praticamente campanha, obviamente que serve quem está no poder. Não serve a democracia e os princípios constitucionais que levam a que todos têm de ter igualdade de acesso aos cargos em disputa", reforçou, sublinhando que "na esmagadora maioria das terras deste país é quase bater nas portas e falar com as pessoas uma a uma".

Rio disse que em cima das presidenciais começou a pensar-se em adiar o sufrágio, "à portuguesa". Ora, tendo em conta os dados, agora "não precisamos de fazer à portuguesa". "Devemos fazer a coisa planeada à distância. Estamos a sete meses das eleições. É o tempo de pensarmos se devemos ou não adiar as eleições, face aos dados que dispomos", defendeu.

Rui Rio anunciou que o PSD vai dar entrada com um projeto de lei para propor o adiamento das eleições em 60 dias. Ou seja, ao invés de se marcarem as eleições entre 22 de setembro e 14 de outubro, o Governo marcaria entre 22 de novembro e 14 de dezembro.

"É o mesmo que dizer que vigoraria para esta eleição, e só para esta, o princípio que vigorou em Portugal desde o 25 de Abril até 2005", disse, recordando que a primeira eleição autárquica que disputou e em que foi eleito no dia 16 de dezembro.

Na prática, prosseguiu, seria aplicar em 2021, por condições "absolutamente excecionais", aquilo que vigorou até 2005. Para o líder do PSD, trata-se de uma proposta "sensata" e "equilibrada" para dar a oportunidade a todos os candidatos de transmitirem a sua mensagem, tornando estas eleições "verdadeiramente livres".

Leia Também: AO MINUTO: Exames escolares adiados. Rastreio de contactos até 24h

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