Eurodeputada do PCP defende "nova estratégia" para acelerar vacinação

A eurodeputada do PCP Sandra Pereira defendeu hoje a necessidade de uma "nova estratégia" europeia para acelerar o processo de vacinação da população contra a covid-19, atualmente a decorrer a um "ritmo lento" por falta de vacinas.

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© Facebook/Sandra Pereira

Lusa
18/02/2021 16:13 ‧ 18/02/2021 por Lusa

Política

Sandra Pereira

"A vacinação contra a covid-19 está a decorrer a um ritmo muito lento", afirmou à agência Lusa no final de reunião com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), em Viana do Castelo.

Segundo a eurodeputada, a informação transmitida "é a de que os serviços estão preparados para vacinar em massa, mas faltam as vacinas".

"Vamos reivindicar outra estratégia de vacinação. Nós não podemos estar dependentes de multinacionais farmacêuticas que põem o lucro à frente da saúde das pessoas", referiu a eurodeputada comunista.

Sandra Pereira adiantou que no Parlamento Europeu, o partido já tem levantado a questão "várias vezes".

"Por que razão as vacinas não estão a ser entregues no que teriam sido os prazos estipulados. Nós também não conhecemos o conteúdo da negociação entre a União Europeia e estas farmacêuticas, mas a própria União Europeia já assumiu que está a haver um atraso na entrega das vacinas. Então tem de se procurar outras vacinas que possam dar resposta a uma necessidade prioritária para a saúde das pessoas que é a vacinação", defendeu.

A eurodeputada comunista disse ser uma "política errada" a "dependência" de Portugal do que foi contratualizado pela União Europeia com as farmacêuticas "que estão a pôr o lucro á frente da saúde das pessoas".

"Parece-nos uma política errada porque, no terreno tudo está preparado para a vacinação em massa e depois falta o principal que são as vacinas", sustentou.

Sandra Pereira adiantou que o PCP "irá continuar a reivindicar o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", junto das instâncias europeias.

"Sempre que vêm as recomendações específicas, por país, e nos dizem que temos despesa pública elevada na saúde é completamente errado. O que nós precisamos é, de facto, reforçar o investimento no SNS. Vamos continuar a erguer a nossa voz em defesa do SNS", disse.

Outra das conclusões retirada da reunião com a administração da ULSAM diz respeito à "necessidade de medidas extraordinárias e de reforço do SNS para recuperar os atrasos causados pela pandemia de covid-19".

"O que nos foi dito é que, um ano depois do início da pandemia, a lista de espera para cirurgia aumentou de 3.500 para as 5.000 pessoas. Terá de haver medidas extraordinárias porque se pensarmos que os profissionais de saúde são os mesmos, eles também estão esgotados porque deram tudo pelo SNS", observou.

Segundo Sandra Pereira, "tem de haver investimento no SNS para que se recupere este ano, muito dedicado ao combate à covid-19 e que, se calhar, deixou algumas doenças e diagnósticos e cirurgias por fazer".

"Essa atividade que tem de ser retomada o mais rapidamente possível", alertou.

Antes do encontro com a administração da ULSAM, a eurodeputada comunista reuniu-se com trabalhadores do serviço de Imagiologia, que é concessionado a uma empresa e cujo contrato termina a 31 de março.

"Muitos trabalhadores já foram notificados de que o seu contrato terminará a 31 de março e que depois o hospital fará uma nova contratação, não se sabe se com a mesma empresa ou não. Os trabalhadores a recibo verde nem sequer receberam essa notificação", avançou.

Segundo os testemunhos que recolheu dos trabalhadores, Sandra Pereira disse que "muitos fazem cerca de 200 horas por mês".

"São, portanto, altamente essenciais e necessários aos serviços, mas na verdade não são trabalhadores do hospital", adiantou.

A eurodeputada disse que abordou o assunto com a administração da ULSAM.

"A administração comprometeu-se e tem intenção de internalizar este serviço. Para nós deve ser um processo prioritário, em vez de se prolongar no tempo. Estes trabalhadores devem ser contratados já", sublinhou.

A responsável disse que o PCP irá "intervir, na Assembleia da República, relativamente a estes trabalhadores e tentar, junto da tutela, que esta internalização do serviço de radiologia aconteça o mais rapidamente possível".

Desde 2004 que serviço de Imagiologia da ULSAM é concessionado, a uma empresa, por um período de três anos.

A empresa é responsável pela gestão dos recursos humanos e manutenção dos equipamentos, sendo que os equipamentos e instalações são propriedade da ULSAM.

Há vários anos que aqueles profissionais "reclamam a integração nos quadros da ULSAM por serem responsáveis por todos os exames imagiológicos, ainda mais importantes, nesta altura, para o rastreio, acompanhamento e evolução dos doentes internados com covid-19".

Leia Também: É preciso "testar, rastrear e vacinar" para pôr termo a "confinamento"

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