Carlos Moedas, candidato do PSD e CDS à Câmara Municipal de Lisboa, explicou, esta quinta-feira, as razões que o levaram a apresentar-se. É uma "decisão emocional" porque, explicou, "Lisboa é, de certa forma, a minha terra, aquela que me adotou quando eu tinha 18 anos".
Numa declaração a partir do Instituto Superior Técnico, o ex-comissário europeu indicou que chegou à capital "vindo de Beja, do Alentejo, naquele que era o comboio que chegava ao Barreiro A". Depois, "apanhei o barco". "Aqueles 30 minutos, no barco, olhei para aquela cidade que desconhecia mas que, de certa forma transbordava de energia e de beleza e, imediatamente percebi que seria a cidade da minha vida", revelou.
"Será sempre". Carlos Moedas recordou que "viajou muito" e passou muitos anos fora na sua carreira política, mas "voltei sempre a Lisboa", porque "nada se compara a Lisboa".
Sendo, por vezes, mais fácil ficarmos "no conforto da nossa vida", especialmente nestes "momentos tão instáveis", o social-democrata considerou, porém, "que este não era o momento de dizer não". "Era o momento dizer de à minha cidade. Estamos perante novos tempos. Os novos tempos vão exigir uma grande reconstrução. Uma reconstrução daquilo que é a nossa cidade: sobretudo na parte humana".
Para estes "novos tempos", "os lisboetas podem estar certos que podem contar comigo para essa mudança que precisa de um ar fresco e de uma alternativa áquilo que tem sido a governação destes 14 anos, esta governação socialista".
É também, disse, "uma decisão racional" porque "durante os 32 anos que passaram na minha vida desde cheguei aqui, vi com muito orgulho esta cidade". Vi "Lisboa crescer, desenvolver e projetar-se, mas nem sempre no sentido certo. Nos últimos anos, a cidade foi perdendo qualquer coisa, aquilo que eu senti, pela minha experiência na Europa, que as grandes cidades têm".
Para o candidato, Lisboa "perdeu uma certa ligação entre a cidade e as pessoas", que "não está a ser planeada para as famílias". A cidade "posicionou-se no circuito das feiras internacionais, do turismo, e muito bem", mas "não chega". Estas "são condições necessárias, mas não condição suficiente".
A candidatura é também uma decisão racional, prosseguiu, porque "os cinco anos que estive em Bruxelas, quando voltei à cidade senti, de certa forma, um choque". E justificou: "Lisboa estava diferente da que eu conhecia, dando como exemplo as questões da pobreza, dos sem-abrigo e do trânsito, entre outros". "É uma cidade que não cuida das pequenas coisas e, numa cidade, o mais importante são as pequenas coisas. Porque são estas que fazem a diferença na nossa vida", sublinhou.
Frisando também que "é muito importante para a nossa Democracia unir o Centro-Direita em Portugal", mais do que isso, Carlos Moedas disse esperar que a sua candidatura "que vá buscar aquelas pessoas, aqueles independentes, aqueles cidadãos que muitas vezes se sentem tão desencantados com a política. Esses têm aqui o seu lugar, porque este projeto é diferente".
Uma candidatura para "congregar"
Na apresentação do seu plano, Carlos Moedas referiu ainda que este começa por "congregar". "Congregar este espaço que chamaria de não-socialista moderado e progressista. E para isso quero agradecer ao PSD. A Rui Rio o apoio incondicional que me deu desde sempre. Depois, o CDS que me deu também todo o apoio. Um apoio com entusiasmo para que continuemos a trabalhar para conseguir congregar", assinalou.
Depois, uma palavra para o PPM, o MPT, a Aliança, "o apoio que os seus presidentes me vieram transmitir ainda ontem também com grande entusiasmo". Moedas não esqueceu a Iniciativa Liberal, frisando "o diálogo que encetámos esta semana e que continuará nos próximos dias".
"Mas quero que se juntem muitos mais. Sobretudo independentes, aqueles que vêm da sociedade civil, os desencantados da política ou aqueles que estão simplesmente cansados desta governação socialista", explicou.
Os lisboetas terão de tomar a decisão, nas palavras do ex-comissário, "de escolher entre o passado e o futuro". "Entre os que estiveram mas não estão preparados para esse futuro porque nem viram que esse futuro estava aí".
Carlos Moedas pretende "ouvir os lisboetas, trabalhar com eles na construção de um programa, trazer para Lisboa o conceito da cidade dos novos tempos, uma cidade que é centrada nas pessoas, na resolução dos problemas concretos das pessoas, uma cidade que é centrada na ciência, na tecnologia, na inovação ao serviço das pessoas".
E uma "cidade da Cultura" que, para o candidato, "é a base inspiradora desta cidade", a base "diferenciadora". Uma cidade "que quero que tenha a Cultura ao centro".
"Sonho" é ser presidente da CML
O ex-comissário europeu Carlos Moedas afirmou que o seu objetivo é ser presidente da Câmara de Lisboa e não outro, quando questionado sobre as suas ambições políticas no PSD."Eu estou aqui para ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa, deixei a minha vida toda para me concentrar neste projeto, neste objetivo, e os que me conhecem sabem que, em todos os mandatos políticos em que me concentrei foi para levá-los até ao fim", disse.
Carlos Moedas assegurou que o seu "projeto de vida é ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa", considerando que existe "uma oportunidade" de construir uma alternativa na capital.
"Este é o meu sonho, não tenho outro", assegurou.
[Notícia atualizada às 18h47]
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