PSD admite condições para "abrir um pouco a sociedade"
O PSD afirmou hoje que, com base nos indicadores apresentados pelos especialistas, poderá haver condições para "abrir um pouco a sociedade" em grande parte do território, lamentando que o plano de desconfinamento não seja apresentado com mais antecedência.
© Reprodução Facebook / Ricardo Batista Leite
Política Covid-19
No final de mais uma reunião no Infarmed, em Lisboa, sobre a situação epidemiológica de Portugal a que assistiu por videoconferência, o vice-presidente da bancada social-democrata Ricardo Baptista Leite voltou a insistir num desconfinamento com "abordagem regional" e frisou que a Páscoa deve ser um momento de limitações de circulação e sem mistura de agregados familiares.
"Depois de um período de descontrolo da pandemia, e de dois meses de medidas de confinamento com enorme custo para as pessoas e empresas do ponto de vista social e económico, hoje começamos a ver a possibilidade de se abrir um pouco a sociedade, de começar a discutir de forma mais séria as medidas de desconfinamento", afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Questionado se, depois de ter ouvido hoje os especialistas, o PSD entende que o país pode começar a desconfinar já na próxima semana, o deputado e médico respondeu de forma cautelosa.
"Os indicadores, quando olhamos para eles e com base nas linhas vermelhas que os especialistas apontam, até poderíamos ter condições em grande parte do território para o fazer", começou por dizer.
Ainda assim, tal só poderá ser feito através uma abertura gradual, "numa lógica de balão de ensaio", e "numa base regional" a partir de indicadores claros, de forma a que o país não volte a viver a situação de dezembro e janeiro.
"Qualquer desconfinamento deve dar tempo para a parte da sociedade envolvida se adaptar: estar a desconfinar a dia 15 quando se anuncia a 11 dá muito pouco tempo para seja qual for setor da sociedade - mesmo que sejam as creches e escolas primárias - se prepararem", alertou.
Por outro lado, seja qual for a decisão do Governo sobre o que pode ou não reabrir já a 15 de março, o deputado frisou que o PSD tem "uma posição clara" sobre a Páscoa.
"A Páscoa tem de ser um período que cada família deve viver com o seu agregado familiar, não há saídas entre concelhos, não há partilha de agregados e sobre isto tem de haver uma mensagem clara como o Presidente da República também disse, sublinhou.
O 'vice' da bancada do PSD elogiou as apresentações dos especialistas feitas hoje na reunião do Infarmed, considerando que representaram "um salto de qualidade" ao procurarem "apresentar propostas concretas".
Baptista Leite manifestou preocupações com a "descida consistente do número de testes" desde meados de janeiro, apesar "de todas as promessas em contrário".
"Hoje foi anunciada mais uma 'task force', a 'task force' da testagem. Vem tarde, há um ano que pedimos a testagem massiva e sistemática", disse, defendendo que "toda a população devia ter a possibilidade de fazer um teste semanal, rápido e gratuito, sem precisar de prescrição médica".
O social-democrata voltou a questionar o Governo - tal como o partido tinha feito já em requerimento - por ter optado por "uma testagem sistemática nas escolas públicas, mas ignorar por completo as escolas privadas e cooperativas".
"O vírus não escolhe entre publico e privado, é um lapso ou uma decisão errada que o Governo deve reverter e garantir que trata todas as escolas de forma igual", defendeu.
O deputado alertou ainda que, ao nível do rastreamento, continua a não ser possível identificar a origem da infeção em 80% dos casos e reiterou que Portugal deve usar a sua influência na presidência do Conselho Europeu para influenciar a indústria farmacêutica, com vista a acelerar a vacinação.
Baptista Leite apelou ainda a um reforço, por parte do Governo, dos apoios aos setores mais afetados como a restauração e hotelaria, "sempre os últimos a abrir e os primeiros a fechar".
Portugal registou hoje 25 mortes relacionadas com a covid-19 e 365 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor mais baixo desde 07 de setembro, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim da DGS revela que estão internados 1.403 doentes (menos 11 do que no domingo), o valor mais baixo desde 22 de outubro, dia em que estavam hospitalizadas 1.365 pessoas.
Nos cuidados intensivos Portugal tem hoje 342 doentes (menos 12 em relação a domingo), o valor mais baixo desde 06 de novembro, dia em que estavam 340 pessoas nestas unidades.
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