Membro da PwC foi contratado pela Apollo "na compra da Tranquilidade"

O deputado do PCP Duarte Alves apresentou hoje na comissão de inquérito ao Novo Banco documentos que demonstram que um funcionário da PwC, que tinha avaliado os ativos do BES, participou na compra da seguradora Tranquilidade pela Apollo.

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Lusa
18/03/2021 15:50 ‧ 18/03/2021 por Lusa

Política

PCP

 

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"Uma das pessoas identificadas é René Beltjens, que é identificado nesta nota do Novo Banco como sendo membro da PwC International Tax Structuring Network, ou seja, a mesma entidade, a PwC, que um tempo antes fez a avaliação do ativo Tranquilidade", disse o deputado, referindo-se a um documento interno do Novo Banco.

Nesse parecer de risco interno do banco "relativo à sociedade que a Apollo criou para a compra da Tranquilidade", é feita "uma análise dos órgãos de gestão, de quem são as pessoas que estão à frente deste fundo", segundo o deputado.

O parecer foi tornado público hoje na audição ao antigo administrador financeiro do Novo Banco João Moreira Rato, questionando o deputado do PCP Duarte Alves "como é que não foi levantada dúvida" acerca de se estar a vender a seguradora a um fundo cujo administrador era "identificado como sendo da PwC".

"Estamos a falar de um ativo que foi avaliado anteriormente cerca de 800 milhões de euros, depois é vendido por 40 [milhões] e mesmo assim o 'cash' entregue é menor do que isso e passado uns anos é vendido por 600 [milhões]", recordou o parlamentar comunista.

Em resposta, João Moreira Rato disse desconhecer o administrador e o facto de estar associado à PwC, referindo que "foi um processo competitivo em que foi vendida a Tranquilidade por um valor próximo e totalmente compatível com o valor que foi praticado na venda da Caixa Seguros pouco tempo antes".

"Nós já falámos em todas as circunstâncias difíceis que rodearam essa venda e todas as pressões vendedoras que poderiam ter acontecido, mas na minha opinião o resultado foi bastante bom dadas as circunstâncias", referiu o antigo responsável do Novo Banco.

João Moreira Rato disse ainda que a sua saída do Novo Banco não esteve relacionada com a venda da Tranquilidade.

Na audição, depois de já ter sido referido que a proposta não vinculativa da Liberty Seguros para compra da Tranquilidade superava os 200 milhões de euros, o deputado do PS Miguel Matos citou um documento em que o conselho de administração do Novo Banco refere que a proposta geraria "'cash' de 75 milhões de euros, três vezes o valor que a Apollo acabou por pagar".

"Propuseram uma proposta vinculativa dali a quatro dias, quando os demais tiveram meses de 'due diligence'. O que eu pergunto é se isso são condições normais para a Liberty converter essa proposta em vinculativa", questionou o deputado do PS.

João Moreira Rato considerou que "é muito fácil apresentar uma proposta não vinculativa com valores elevados, se depois o interesse em transformá-la em vinculativa é remoto".

Leia Também: Empresa que avaliou Tranquilidade já tinha trabalhado com a Apollo

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