O Chega não vai apoiar a provável renovação do Estado de Emergência, anunciou esta tarde André Ventura.
Após a reunião desta manhã com os peritos, no Infarmed, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa está a ouvir, por videoconferência, os partidos com assento parlamentar acerca de uma eventual - e (quase) certa - renovação da Emergência.
No final do encontro, o líder do Chega deixou claro que o partido se mantém contra permanência da vigência deste estado de exceção.
"O Chega não apoiará este Estado de Emergência novamente, como não tem feito em relação aos últimos. Ouvi com estupefação o Presidente dizer que quer o Estado de Emergência até maio. Não sei em que país vive e quer viver. Sei uma coisa, o país não vai continuar a aguentar isto", argumentou.
André Ventura falava aos jornalistas nos Passos Perdidos do Parlamento após audiência virtual com o chefe de Estado, tendo no final, exigido esclarecimentos sobre as atividades económicas que poderão voltar a funcionar e qual o respetivo horizonte temporal.
"Ficou claro que o desconfinamento não pode ficar única e exclusivamente na mão dos epidemiologistas e especialistas em saúde pública, não pela incompetência deles, mas porque o país não aguenta muito mais tempo nestas circunstâncias", assinalou André Ventura.
O líder do Chega fez ainda notar ao chefe de Estado que "falta clareza ao processo [de desconfinamento] em Portugal". "O pior para um país é a incerteza", esclareceu, apontando o dedo a António Costa: "Não conseguiu passar a mensagem ao país de como é que vamos desconfinar".
Na próxima quinta-feira, a Assembleia da República vai debater e votar o projeto de decreto presidencial para a renovação do Estado de Emergência por novo período de 15 dias, com efeitos a partir de 1 de abril e que abrangerá o período da Páscoa.
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