"Governo procura fazer da TAP coutada ao serviço dos interesses do PS"
Reagindo aos prejuízos da TAP verificados no ano passado, Cristóvão Norte (PSD) teceu duras críticas ao Governo, acusando-o de "impreparação" e "incapacidade" para lidar com "um dos dossiers públicos mais relevantes", que causa "danos tremendos às finanças públicas" e motiva a "desconfiança dos portugueses".
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O social-democrata Cristóvão Norte disse, esta quinta-feira, numa declaração a partir da Assembleia da República, que os prejuízos da TAP do ano passado "traduzem uma forma incapaz" da parte do Governo de tratar dos assuntos" da companhia.
E, "deste modo, penalizando os contribuintes portugueses sem lhes oferecer as garantias indispensáveis para assegurar que a empresa não se tornará mais um sorvedor de recursos públicos que represente aumento de impostos e que se repercuta de forma dramática na vida dos portugueses", afirmou.
Em nome do grupo parlamentar do PSD, Cristóvão Norte quis assinalar, por um lado, o "incumprimento, a incoerência, a incapacidade" e "a forma como Governo tem tratado levianamente esta matéria", demonstrando "total impreparação" e que "não é capaz de tratar das matérias da TAP, procurando fazer da TAP a sua coutada particular ao serviço dos interesses do PS, algo que se verifica desde 2016", acusou.
Cristóvão Norte argumentou que foi "opção deliberada deste Governo assumir encargos na ordem dos 3,7 mil milhões de euros". O social-democrata defendeu que aquilo que o Governo tem de garantir aos portugueses é que "esse dinheiro é bem aplicado", disse.
"Todas e quaisquer decisões que têm sido tomadas em relação à TAP têm sido tomadas em prejuízo dos portugueses", declarou o parlamentar. Paralelamente, "todo e qualquer compromisso que o Governo tem assumido em relação" à companhia "tem sido incumprindo", o que "releva a incapacidade, a incompetência e a impreparação do Governo para tratar um dos dossiers públicos mais relevantes", que causa "danos tremendos às finanças públicas" e motiva a "desconfiança dos portugueses".
Questionado pelos jornalistas, o deputado vincou que o PSD não entende que a circunstância da pandemia seja uma circunstância "menor" no que diz respeito aos prejuízos da companhia.
"A TAP sofreria sempre prejuízos avultados. Esses prejuízos, todavia, somam-se a prejuízos crónicos que a TAP vem tendo ao longo dos anos", defendeu, voltando a criticar a opção do Governo tomada em 2016.
Os prejuízos da TAP SA, recorde-se, ascenderam a 1.230,3 milhões de euros em 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19, um agravamento superior em 12 vezes às perdas de 95,6 milhões de 2019.
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