"Domingo, nas comemorações populares, evoco a canção de Zeca Afonso: sejam bem-vindos aqueles que vierem por bem. Na véspera das comemorações do 47.º aniversário do 25 de Abril, quando nos aproximamos do 1.º de Maio, é hora de participação e de luta nas empresas e locais de trabalho", declarou Jerónimo de Sousa, adaptando assim o verso do tema "Traz outro amigo também".
O secretário-geral do PCP improvisou a frase que não constava do discurso de encerramento de uma sessão virtual transmitida pela Internet, a partir da Casa do Alentejo, na baixa lisboeta, na qual se defendeu a redução dos horários de trabalho para "combater a desregulação e valorizar a vida".
Esta semana, a Iniciativa Liberal e o Volt acusaram a comissão promotora do tradicional tradicional da avenida da Liberdade, em Lisboa, de impedir a presença daquelas forças políticas no evento.
O coronel Vasco Lourenço, um dos históricos "capitães" e presidente da associação 25 de Abril, explicou que, devido à pandemia de covid-19 - há um ano impediu mesmo de todo a marcha -, há restrições sanitárias e, após consultar a Direção-Geral da Saúde, só foi permitida a participação das forças políticas, associações e outras entidades que fazem parte daquela comissão.
São mais de 40 instituições, designadamente todos os partidos da esquerda parlamentar, as centrais sindicais CGTP-IN e a UGT, mas também a associação Renovação Comunista, a associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRE!), os Precários Inflexíveis (PI), entre muitas outras, nomeadamente antifascistas.
"Em Portugal, a política do Governo PS e as suas opções, convergências e cedências ao grande capital, a PSD e CDS e seus sucedâneos de Chega e Iniciativa Liberal, não servem. Os interesses dos trabalhadores e do povo e o futuro do país exigem outro caminho", afirmara antes o líder comunista sobre a legislação laboral.
Para Jerónimo de Sousa, "prolifera o anúncio de medidas e mais medidas, 'livros verdes', cimeiras e pilares europeus dos direitos sociais, mas, verdadeiramente, o que querem é agravar a exploração".
"Não tem de ser assim, não pode ser assim! As conceções promovidas pela União Europeia nesse sentido devem ser rejeitadas", defendeu.
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