O secretário-geral do PCP defendeu, no arranque do desfile na Avenida da Liberdade, que o 25 de Abril "vai para além de qualquer polémica estéril".
Em declarações à RTP, e já a marcar passo no desfile, Jerónimo de Sousa manifestou uma "alegria imensa" ao ver que, ao fim de 47 anos, o povo, particularmente a juventude, saiu à rua. "Muitos jovens que não tinham nascido, muitos que eram ainda pequenitos. Este painel de jornalistas também tem um grande significado. Ver tanta gente jovem a defender os valores de Abril", vincou, referindo-se nomeadamente ao direito ao ensino, à segurança social, a não ter um vínculo laboral precário.
O desfile que celebra o 25 de Abril de 1974 regressou hoje à Avenida da Liberdade, em Lisboa, mas pela primeira vez não é o único, depois de uma polémica que levou a Iniciativa Liberal a organizar uma iniciativa autónoma.
A discórdia instaurou-se depois de a comissão promotora do desfile que assinala a Revolução dos Cravos ter negado a participação da Iniciativa Liberal e do Volt Portugal no evento, decisão defendida pelo contexto pandémico, mas que gerou polémica, levando posteriormente à abertura da celebração a todos os interessados, desde que cumpridas as regras sanitárias.
A comissão esclareceu que a opção de realizar este ano, "não uma manifestação popular", mas "um desfile comemorativo, com grande limitação do número de participantes", teve como objetivo garantir o cumprimento das medidas e recomendações de saúde pública e "nunca, qualquer sentimento de sectarismo ideológico".
No entanto, a Iniciativa Liberal, que já tinha anunciado a sua intenção de realizar um desfile próprio antes da abertura por parte dos organizadores, manteve a sua decisão, considerando que a mudança de posição da comissão foi "tardia" e só surgiu porque a decisão "sectária" inicial foi fortemente criticada.
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