Para o PCP, "a SPdH/Groundforce tem que ser libertada do seu acionista privado, mas tal opção não pode ser o pretexto para arrasar direitos, tirar postos de trabalho e reduzir salários", afirmou, em declarações à Lusa, o deputado comunista Bruno Dias, um dia depois de ser noticiado que a TAP pediu a insolvência da empresa.
Quanto ao "controlo público da empresa, que é aquilo que o Governo, pelos vistos, pretende fazer, mas de forma provisória, os comunistas afirmam que "deve ser feito, mas de uma forma sustentada e estabilizada.
"Ou seja, trazendo, mais estabilidade à empresa e não o contrário, trazendo ainda mais instabilidade que o que o Governo está a fazer através da gestão da TAP", disse.
No texto do requerimento para ouvir o ministro Pedro Nuno Santos na comissão parlamentar de Economia, o PCP alegou que o pedido de insolvência é "uma decisão grave e completamente inaceitável" e recordou que "há mais de um ano que o PCP vem alertando para a urgência do Governo" nacionalizar a empresa, "cujo acionista privado não possuía os capitais necessários para enfrentar uma situação como a originada pela pandemia".
Os comunistas argumentam que a situação "precariza ao extremo a vida dos 2.400 trabalhadores da SPdH/Groundforce e suas famílias e desestabiliza a TAP num momento crítico para a recuperação económica da empresa" e "em que o setor da aviação civil começa a sair da mais grave crise de sempre à escala mundial".
Já hoje de manhã, o secretário-geral dos comunistas havia alertado para uma eventual perda de direitos dos trabalhadores da empresa.
"A experiência diz-nos que nesses processos, geralmente, procura-se `limpar´ as empresas de trabalhadores. E depois, num processo diferente, voltar a chamar alguns, com menos direitos, com menos salários, com mais precariedade. Essa é a experiência que temos", disse Jerónimo de Sousa num comentário ao pedido de insolvência da SPdH - Serviços Portugueses de Handling, S.A. (Groundforce), na segunda-feira, junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Na segunda-feira, a TAP pediu, na "qualidade de credora", a insolvência da Groundforce "junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa".
A transportadora justificou que o objetivo da ação passa por, "se tal for viável", salvaguardar "a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua atividade operacional nos aeroportos portugueses".
Os representantes dos trabalhadores estiveram reunidos com o ministro das Infraestruturas e adiantaram ainda que, na reunião, Pedro Nuno Santos declarou que "tanto a TAP como o Governo" pretendem "manter a empresa e todos os postos de trabalho".
A TAP considerou que foram esgotadas "todas as hipóteses de encontrar com o acionista maioritário da Groundforce, [a Pasogal], uma solução que permita garantir um horizonte futuro para a empresa".
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