Estas posições foram transmitidas por José Luís Carneiro no final de mais uma reunião entre políticos e especialistas, no Infarmed, em Lisboa, sobre a evolução da situação epidemiológica de Portugal.
Perante os jornalistas, na Assembleia da República, José Luís Carneiro destacou os indicadores que apresentam uma redução da incidência da covid-19, com uma descida acentuada dos internamentos hospitalares e do número de óbitos, ao mesmo tempo que o plano de vacinação "está a decorrer melhor do que o previsto".
"Inicialmente previa-se que no final de setembro se teria 70% da população imunizada, mas é possível verificar que na primeira quinzena de agosto, caso tudo continue a decorrer como até aqui, poderemos atingir essa meta dos 70% com a primeira toma da vacina", referiu.
De acordo com o "número dois" da direção do PS, por causa da eficiência da vacinação, "é possível libertar agora outros setores da economia, nomeadamente nas áreas do comércio, restauração e turismo".
"É possível não apenas libertar setores da economia, que estavam a ser objeto de limitações, como também se poderá atuar em setores muito específicos que ainda não foram abrangidos pela campanha de vacinação", disse, aqui numa alusão a bolsas de idosos ainda não vacinados, assim como doentes acamados, grupos com comorbilidades graves e comunidades geograficamente isoladas.
Após estas referências, José Luís Carneiro deixou então uma mensagem mais política sobre um dos riscos que se enfrentam em termos sociais na atual conjuntura.
"Um dos riscos tem a ver com o cansaço e com os efeitos nocivos do confinamento ao nível da saúde mental. Com o aumento do cansaço do confinamento são também menos eficazes as medidas de confinamento", frisou o secretário-geral adjunto do PS.
Apesar de não ter dado a sua opinião sobre a manutenção ou não dos atuais valores inerentes à matriz de risco, o ex-secretário de Estado defendeu que "é preciso haver consciência coletiva que os níveis de confinamento atingiram alguma saturação no conjunto da população, com efeitos nocivos do ponto de vista da saúde pública".
"É um risco que é necessário acautelar ao fim de quase 15 meses de confinamento", acentuou.
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