"Gostaria de ter uma maioria reforçada e que o partido perceba a importância que estas eleições podem ter para o nosso futuro e que os militantes deem um sinal positivo, mesmo os que podem não concordar com alterações", referiu André Ventura aos jornalistas, antes de votar para os órgãos do partido, cujas eleições decorreram esta manhã.
O dirigente fez votos de que os militantes "olhem para o projeto e lista apresentados e façam a escolha numa lista que tem condições de assegurar a chegada ao governo nos próximos anos" e que querem que o Chega seja um partido de poder.
"Não estamos aqui só para o folclore político" e "não queremos ser um Bloco de Esquerda de direita", disse ainda.
André Ventura admitiu que, pelos estatutos, basta ter mais de 50% dos votos para aprovar a sua lista e a moção de estratégia, que considera serem aprovadas em conjunto, mas disse que "gostava de ter uma maioria reforçada".
Insistindo, o líder e deputado único do Chega acrescentou que gostaria de se "sentir reforçado" para não dar imagem de fraqueza "para o PSD e outros partidos à direita".
O projeto, disse, "foi claro" e passa por "não fazer coligações fictícias", mas sim "imposições ao PSD em matéria de Governo".
Depois da saída de três vice-presidentes da direção, Ventura relativizou as críticas, diretas e indiretas, que se ouviram dos excluídos, afirmando ser natural que "quando há mudanças há resistências".
E garantiu que foi "atempadamente falada" a mudança na direção do partido.
Tal como tinha anunciado no sábado, André Ventura remeteu hoje a discussão do programa político do partido, mudança que originou controvérsia interna, das atuais 60 páginas para cerca de 15, para a primeira reunião do conselho nacional após o congresso.
Apesar de estar previsto na agenda da reunião de Coimbra, o líder justificou o adiamento com a "complexidade do documento" e que seria "extemporâneo realizar esse debate hoje".
Durante a manhã realizaram-se as votações para os órgãos nacionais do partido - direção nacional, mesa do congresso, conselho nacional e conselho de jurisdição nacional - tendo os trabalhos sido interrompidos para o almoço às 12h30.
À tarde, é o encerramento do congresso, com as intervenções dos convidados, designadamente de Matteo Salvini, cerca das 15h00, antes do discurso de encerramento do presidente do partido, que chegou a Coimbra já eleito em diretas, em março, a que concorreu sozinho.
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