Os deputados parlamentares do PSD eleitos pelo Algarve alertaram, esta sexta-feira, que o critério do Governo pode levar a região a "retroceder no desconfinamento", sem que haja uma razão sanitária.
"O Governo estabeleceu que os turistas estrangeiros no Algarve que registem teste Covid-19 positivo sejam contabilizados para efeito da aplicação de medidas de combate à pandemia como residentes. Porém, como esses visitantes não são somados aos residentes, os números de Covid-19 no Algarve por 100 mil habitantes estão a ser estatisticamente empolados", argumentam os parlamentares, em comunicado.
Os deputados - Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos - sublinham também que esta questão foi confirmada "por força de diligências junto de autoridades de saúde de base local e regional".
"Esta decisão pode vir a significar que sejam aplicadas medidas mais restritivas à região sem que haja razão para tal, pelo que é uma decisão irrazoável, sem qualquer fundamento e que se pode vir a revelar muito penalizadora para a região que maior destruição económica e social tem vindo a sofrer no decurso da pandemia", apontam os sociais-democratas.
Ainda segundo os parlamentares, este critério também promove uma "negativa perceção pública nacional e internacional" da situação epidemiológica no Algarve, "pondo em causa a leitura de que se trata de uma região segura, com escassa incidência de casos, cumpridora das regras".
Posto isto, os parlamentares apelam ao Governo que o critério adotado seja "urgentemente revisto", propondo que os turistas estrangeiros passem a contar "para efeito de apuramento do número total de residentes".
"Não podem contar como residentes quanto estão infetados, mas não contar quando não estão - quando no período de verão ascendem a 250 mil por dia -, pois isso distorce o apuramento estatístico da incidência na região, empolando-o", acrescentam.
Os três deputados do PSD informaram ainda que vão entregar um requerimento a pedir esclarecimentos ao Executivo. "Cabe ao Governo, em tempo, corrigir este erro que pode revestir consequências graves. Não o fazer pode conduzir a um resultado absurdo", concluíram.
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