As eleições de 18 de maio, as terceiras legislativas em três anos e três meses, foram convocadas depois do chumbo de uma moção de confiança que o primeiro-ministro apresentou ao parlamento, ditando a queda do Governo e a dissolução do parlamento.
Os debates - que começaram no dia 07 deste mês e envoltos em polémica pela decisão da AD enviar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, apenas a parte deles - têm ocupado boa parte da agenda mediática e do tempo dos próprios líderes partidários.
O último frente a frente oporá na segunda-feira os líderes do PSD e do PS, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, ficando apenas a faltar os debates entre todas as forças políticas.
Com o fim dos frente-a-frente e o início da última semana antes do período oficial de campanha - que começa no próximo domingo, dia 04 de maio - a agenda dos líderes deverá acelerar, assumiram à Lusa fontes de várias candidaturas, com mais ações na estrada.
Os debates que ocuparam as noites televisivas nas últimas semanas pretenderam vincar as diferenças programáticas entre os vários partidos com assento parlamentar, tendo a habitação, o SNS, a defesa, a imigração e fiscalidade sido temas presentes nas várias discussões.
O caso da empresa familiar do primeiro-ministro, Spinumviva, não foi esquecido em alguns dos debates, em declarações dos opositores do primeiro-ministro e nos media, mas nunca foi o tema central, enquanto os cenários de governabilidade, possíveis acordos pós-eleitorais e a discussão sobre o "dia seguinte" às eleições esteve sempre na mesa da discussão entre os líderes partidários.
Averiguação preventiva foi uma expressão que também entrou nesta pré-campanha porque, quer Luís Montenegro quer Pedro Nuno Santos, têm sobre eles este mecanismo levado a cabo pelo Ministério Público.
A do primeiro-ministro, por causa da sua empresa familiar, já era conhecida desde 12 de março e, pouco mais de um mês depois, foi divulgado que também o líder do PS tinha uma averiguação preventiva aberta devido à compra de duas casas.
A eleição dos 230 deputados, distribuídos pelos 22 círculos eleitorais, decorrerá com as mesmas lideranças partidárias que os principais partidos tinham nas eleições antecipadas de 2024, voltando assim a defrontar-se as mesmas caras.
Vinte e uma forças políticas concorrem às eleições legislativas, sendo Lisboa, Porto, Setúbal, Europa e Fora da Europa os círculos eleitorais com mais candidaturas, enquanto Bragança, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Açores terão os boletins mais pequenos.
Em 2024, a AD liderada por Luís Montenegro venceu o PS de Pedro Nuno Santos pela margem mais curta em democracia, ou seja 54 mil votos, conseguindo 80 deputados, enquanto os socialistas ficaram com 78 parlamentares.
Nessa altura, o Chega conseguiu um aumento histórico da sua bancada - 50 deputados -, seguido pela IL (8 deputados), BE (5 deputados), PCP (4 deputados), Livre (4 deputados) e PAN (1 deputado).
Leia Também: Eleições? Partidos "devem ter presente ideia de estabilidade financeira"