"A discussão da medida mais assim ou mais assado é uma discussão que interessa pouco ao país. O Governo terá de tomar as medidas que achar necessárias. Repito, há três critérios que para nós são importantes e que sem eles não teremos capacidade para controlar a pandemia: mais testes, vacinas mais rápidas, profissionais no Serviço Nacional de Saúde [SNS] respeitados para que possam continuar a fazer o trabalho extraordinário que têm feito", afirmou, escusando-se a comentar em concreto as medidas restritivas aplicadas pelo Governo na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Catarina Martins falava aos jornalistas à margem de um encontro com um grupo de trabalhadores pedreiras, no Porto, comentando a decisão do Governo de limitar a partir das 15:00 de hoje, até às 06:00 de segunda-feira, a circulação de e para a AML.
Catarina Martins sublinhou que no Bloco de Esquerda nunca discutiu cada uma das medidas que é implementada, mas admitiu, sem especificar quais, que o partido tem tido "algumas dúvidas sobre algumas medidas".
Ainda assim, para a coordenadora do BE o essencial "é controlar a pandemia".
"Como sabem os ajuntamentos dentro da Área Metropolitana de Lisboa são um problema quer as pessoas circulem ou não para fora da Área Metropolitana. E repito, é muito necessário, mais testes, vacinas ainda mais rápidas e profissionais no Serviço Nacional de Saúde que se sintam respeitados, porque estão a fazer um trabalho extraordinário", reiterou.
A coordenadora do BE considera que face ao aumento de número de novos casos e a possibilidade de uma quarta vaga de Covid-19 já avançada por alguns especialistas, que "é natural que sejam precisas medidas de contenção", mas sublinha que a travagem dos contágios depende de outras três medidas.
"Chamo a atenção para três medidas que para nós são fundamentais: a primeira delas é aumentar a testagem porque, enfim, nós já ouvimos dizer há meses que é agora que vai começar o programa de testagem massiva e ainda não começou. Portugal tem capacidade para fazer 100 mil teste por dia e nunca a utilizou", disse.
Por outro lado, considerou Catarina Martins, é preciso acelerar o processo de vacinação.
"O processo de vacinação está a correr bem, mas sabemos que pode ser acelerado, que há capacidade para isso", acrescentou.
Por último, a coordenadora do BE entende que é necessário proteger o Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente respeitando os profissionais de saúde.
"O Governo recusou fazer todas as alterações necessárias, de salários e até exclusividade, para garantir que ficavam no SNS. Durante o estado de emergência eles estavam proibidos de sair, mas, neste momento, quando quiserem sair (...) podem sair e nós tivermos, nos últimos profissionais, 600 profissionais a sair do Serviço Nacional de Saúde", salientou, reiterando que para lá de eventuais medidas de contenção da pandemia
Leia Também: Bloco questiona Governo para garantir a "justa remuneração" dos bombeiros